O coordenador de ajuda humanitária da ONU, Jan Egeland, comparou a situação na Faixa de Gaza com uma "bomba-relógio" prestes a explodir, por causa da falta de apoio financeiro internacional. Egeland fez a afirmação nesta sexta-feira em Estocolmo, na Suécia, onde participa de uma conferência de doadores internacionais.
- Gaza é uma bomba-relógio. Não pode continuar como está, sem uma enorme explosão social. E essa explosão social será consequência de 1,4 milhão (de pessoas) sentirem que estão vivendo em uma jaula. Ninguém pode sair - disse.
Jan Egeland disse aos participantes da conferência que o mundo não deveria permitir que a atual situação na Faixa de Gaza perdure, por motivos morais e de segurança.
Falta de luz
A intenção da ONU é conseguir US$ 330 milhões (cerca de R$ 730 milhões) com os doadores para retomar a ajuda aos palestinos.
Representantes de cerca de 50 países estão reunidos na Suécia. Na quinta, eles prometeram uma ajuda de US$ 940 milhões para a reconstrução do Líbano.
A maior parte da ajuda internacional que os palestinos recebiam foi cortada depois que o grupo militante Hamas venceu as eleições parlamentares, em janeiro deste ano.
Ao longo do ano, os Estados Unidos e a União Européia concordaram em retomar parte da ajuda, mas grupos de assistência humanitária dizem que não é suficiente.
Além disso, desde que um soldado israelense foi capturado por palestinos, em junho, o Exército de Israel vem fazendo ataques e incursões na Faixa de Gaza, região da qual havia se retirado no ano passado.
Boa parte da já frágil infra-estrutura do território foi destruída e agora os palestinos sofrem com falta de eletricidade por até 18 horas por dia e com falta de água constante.