A luta entre guerrilheiros de esquerda e paramilitares de direita na Colômbia forçou mais de 2 mil pessoas a deixarem suas casas na regiâo de Chocó, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU).
Outras 4 mil pessoas que se recusaram a sair correm o risco de serem pegas no fogo cruzado, de acordo com a Organização.
O relatório da ONU acusa as facções colombianas que estão na disputa de cometerem graves violações dos direitos humanos.
As condições nessas área isolada e de floresta densa são difíceis, com poucos médicos e muitas crianças sofrendo de desnutrição, segundo o relatório.
Sudão
As estimativas indicam que nos mais de 40 anos de conflito, pelo menos 3 milhões de colombianos foram obrigados a deixar suas casas por causa da violência.
Esse número só é superado pelo Sudão e pela República Democrática do Congo.
O comunicado da ONU "condena a atuação dos grupos armados na região, em particular as FARC (Forças Armadas Revolucionárias de Colômbia) e os paramilitares do Bloque Elmer Cárdenas, os quais continuam cometendo graves infrações ao direito internacional humanitário".
O relatório diz ainda que entre os civis que tiveram que sair de suas casas, estão "mais de 600 meninas e 500 meninos com enormes carências".
Memória
Em 2 de maio de 2002, 119 pessoas que tinham se refugiado em uma igreja, em Bojayá, morreram como conseqüência de um combate entre as FARC e os paramilitares das Autodefesas Unidas da Colômbia (AUC).
O presidente colombiano, Alvaro Uribe, deve visitar essa área neste domingo.
Em seu relatório, a ONU diz ao governo do país que a população de Bojayá "requer urgentemente a presença integral e permanente de um representante do Estado, que deve dar atenção aos direitos dos cidadãos.