O deputado Ônix Lorenzoni (PFL-RS) pediu, na manhã desta quinta-feira, dez minutos de sessão fechada na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios, antes do início do depoimento do presidente da corretora InterBrazil, André Marques da Silva, para apresentar informações sigilosas a respeito de um suposto empréstimo feito pelo PT ao deputado José Dirceu (PT-SP) em 2002. Tratava-se de um estudo jurídico, conforme revelou após a sessão secreta, que demonstraria um crime de improbidade administrativa e de falsidade ideológica por parte do deputado José Dirceu, que não teria declarado o valor do empréstimo em imposto de renda de 2003.
O parlamentar pefelista não revelou se Dirceu de fato omitiu o valor do empréstimo em sua declaração, sob o argumento de que a informação é sigilosa, mas o estudo, de fato, teve como ponto de partida a omissão desses dados, que foram levados a pedido de Onyx ao Conselho de Ética, onde Dirceu é processado. Ao conhecer o teor da denúncia, a senadora Ideli Salvatti (PT-SC) afirmou que o dinheiro não se caracteriza como empréstimo, mas como adiantamento de recursos para dirigentes do PT e por isso não precisaria constar da declaração do IR. Teria havido, segundo dirigentes do partido, um erro contábil na classificação dos recursos.
- A bomba que ele apresentou é que o Dirceu teve uma antecipação de recursos que foi contabilizada como empréstimo - disse a senadora.
Para o deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP), o estudo não passava de uma "piada", disse aos risos, e acrescentou que estranhava a avaliação de Onyx de que estaria evidente crime de responsabilidade e falsidade ideológica.
- Quando muito, o que existiria é uma mera irregularidade no imposto de renda que poderia ser corrigido com uma alteração na declaração do IR - afirmou.