A condenação de um soldado americano, acusado de ter comandado as torturas praticadas no presídio iraquiano de Abu Ghraib, deveria ser apenas o primeiro passo na direção de um processo amplo de responsabilizar militares americanos, opinou um porta-voz da Human Rights Watch (HRW).
Charles Graner, de 36 anos, um cabo degradado a soldado raso, deverá cumprir um pena de dez anos depois que um tribunal militar o declarou culpado de ter golpeado e humilhado sexualmente prisioneiros na prisão de Abu Ghraib, perto de Bagdá.
O conselheiro especial do HRW, Reed Brody, escreveu um artigo em que sugere que "a cada dia parece haver mais provas de que os maus tratos de prisioneiros muçulmanos não se limitaram ao Iraque, estendendo-se ao Afeganistão e à Guantánamo".
Os presos no Afeganistão eram "freqüentemente golpeados, mantidos despidos e privados do sono durante longos períodos", enquanto que os prisioneiros da base militar americana na baía cubana de Guantánamo "foram regularmente colocados em posiciones dolorosas em lugares gelados".
Esta tortura "não foi o resultado de atos individuais de soldados como Graner, mas de decisões do governo Bush", escreveu Reed num relatório do HRW chamado "O Caminho de Abu Ghraib".