A Organização Mundial da Saúde (OMS) não prevê epidemias em conseqüência da decomposição dos corpos soterrados pelas ruínas da cidade iraniana de Bam, devastada por um forte terremoto em 26 de dezembro.
Segundo explicou em Genebra nesta quinta-feira, David Heymann, diretor do programa de erradicação da pólio da OMS, que acaba de regressar de Bam, as únicas doenças epidêmicas que podem produzir-se são a malária e a meningite ou outras de tipo local, sobretudo porque o pessoal médico ficou bastante reduzido.
As equipes de socorro terão que enfrentar também síndromes pós-traumáticas entre os sobreviventes, ressaltou o alto funcionário da OMC.
Heymann anunciou, por outro lado, que amanhã a ONU pedirá 4 milhões para ajuda de saúde urgente e disse que as necessidades a médio prazo chegam a 27 ou 30 milhões de dólares, pois será preciso reconstruir os centros médicos destruídos.
Antes do terremoto, nessa região havia 20 hospitais e 93 "casas de saúde", explicou o funcionário. Mohammed Hossein Nickman, diretor-geral de ajuda internacional do Ministério da Saúde, afirmou que a metade do pessoal do setor que trabalhava em Bam morreu no terremoto.
Nickman cifrou em 31.000 os mortos e em 22.000 os feridos, dos quais mais de 10.000 foram transferidos para diversos hospitais provinciais nas primeiras 24 horas. Atualmente, restam na cidade devastada 25.000 pessoas e a maioria vive em barracas de campanha porque seus lares foram destruídos, ou mesmo pelo temor a novos terremotos.
Nesta quinta-feira, o presidente da Federação Internacional de Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, José Manuel Suárez del Touro, lançou de Bam um chamado à comunidade internacional para arrecadar 51,9 milhões de francos suíços (uns 42 milhões de dólares).
- A magnitude do desastre é tal que será necessário continuar prestando ajuda de emergência por vários meses. Os habitante de Bam precisam de imediato roupas adequadas, alimentos, serviços de saúde e saneamento, pois caso contrário poderão produzir-se focos epidêmicos -advertiu.