A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima em 500 mil o número de feridos por causa do maremoto na Ásia e teme uma catástrofe sanitária se não for restabelecido rapidamente o acesso à água potável, disse um porta-voz da organização. A OMS pedirá nesta terça-feira US$ 60 milhões para os seis próximos meses "a fim de evitar uma grande catástrofe sanitária caso os problemas de água e sanitários não sejam solucionados rapidamente", declarou à imprensa a porta-voz Fadela Chaib.
- Se não solucionarmos os problemas sanitários, podemos ter epidemias - recordou Chaib.
Segundo ela, nos últimos dias se multiplicaram os casos de diarréias como conseqüência da contaminação da água potável nos países atingidos pelos maremotos, mas não foram registrados casos de cólera.
- Não temos no momento nenhuma informação sobre uma epidemia de cólera ou outra doença na região - disse.
- Mas uma diarréia simples pode matar um menino em poucas horas caso ele fique desidratado - acrescentou.
A agência da ONU já enviou às regiões afetadas uma quantidade de caixas de primeiros socorros suficientes para dois milhões de pessoas, bem como instrumentos cirúrgicos, medicamentos para diarréia e milhares de tabletes para purificar a água, disse a porta-voz.
Para a OMS, as principais ameaças imediatas são as doenças que provocam diarréia (disenteria, tifo e cólera) e as infecções respiratórias agudas, seguidas pela malária e dengue, pois a água parada favorece a proliferação de mosquitos transmissores destas duas doenças.
A ONU calcula que 150 mil pessoas morreram nos dez países asiáticos afetados, além das nações africanas atingidas.