Primeiro-ministro israelense na interinidade, Ehud Olmert vai definir as fronteiras permanentes de Israel até 2010, seja por meio de um acordo com os palestinos, ou através de retiradas unilaterais da Cisjordânia ocupada, disse nesta quinta-feira o jornal Jerusalem Post. Segundo o jornal, Olmert disse em entrevista que pretende, nos próximos quatro anos, "chegar às fronteiras permanentes de Israel, quando vamos nos separar completamente da maioria da população palestina".
O partido de Olmert, o Kadima, está na frente na corrida para a eleição geral de 28 de março e deverá liderar a próxima coalizão de governo. Olmert afirmou ao jornal que dará uma quantidade "razoável" de tempo para que a Autoridade Palestina, liderada pelo grupo militante islâmico Hamas, reconheça Israel, desista do terrorismo, desarme-se e adote os acordos interinos de paz. O Hamas está formando o governo depois da vitória esmagadora na eleição parlamentar palestina de 25 de janeiro.
- Vamos esperar, mas não pretendo esperar para sempre - disse Olmert, segundo o jornal. A entrevista será publicada na íntegra na sexta-feira.
Israel diz que não vai negociar com o Hamas, que jurou destruir o Estado judaico e realizou quase 60 ataques suicidas contra israelenses desde o início do levante palestino, em 2000.
- Se depois de um período razoável ficar claro que a Autoridade Palestina não está disposta a aceitar estes princípios, vamos começar a agir - afirmou, ainda acordo com o jornal.
As fronteiras finais serão estabelecidas depois de um diálogo interno em Israel e consultas com a comunidade internacional, afirmou Olmert, segundo o jornal. Olmert, que lidera o Kadima desde que o primeiro-ministro Ariel Sharon ficou incapacitado por um derrame sofrido em 4 de janeiro, disse que vai retirar os assentamentos isolados da Cisjordânia e reforçar o controle israelense nos grandes blocos de colônias.