Um grupo de 52 oficiais do exército israelense publicou, no último fim de semana, um abaixo-assinado no jornal "Haaretz", declarando que se recusa a prestar serviço militar nos territórios ocupados e convocando oficiais e soldados a fazer o mesmo. Os oficiais pertencem a unidades de elite do Exército e da Marinha. "Não há relação alguma entre a segurança do Estado de Israel e as ações do Exército nos territórios ocupados. O único objetivo dessas ações é manter o domínio do povo palestino", escreveram os oficiais. Um dos oficiais, o tenente da Força de Paraquedistas, Ianiv Itzkovitz, disse a uma rádio israelense que desde a publicação do abaixo-assinado, mais oficiais e soldados aderiram ao movimento, cujo nome é "Recusa". No abaixo-assinado, o grupo afirma que é contra a dominação e a humilhação dos povos dos territórios ocupados: "As ordens que recebemos destroem todos os nossos valores morais... O preço da ocupação é a desumanização do Exército e a corrupção da sociedade israelense... Não continuaremos a lutar pelo bem dos assentamentos e não pretendemos mais prestar serviço militar nos territórios ocupados com o objetivo de dominar e humilhar um povo inteiro...", continuaram. "Declaramos que continuaremos a servir o Exército na defesa de Israel, em qualquer missão que realmente sirva à defesa do país, a missão da ocupação não tem nada a ver com a defesa e não pretendemos mais cumpri-la", concluía o texto. O abaixo-assinado teve uma grande repercussão na mídia israelense e porta-vozes oficiais declararam que se trata de um movimento minoritário e sem significado. Mas, segundo os analistas, se o movimento crescer, o governo e o Exército não poderão ignorá-lo. Um grande movimento de recusa por parte de integrantes das forças armadas pode ter uma influência decisiva sobre a linha que o governo de Ariel Sharon vai adotar.
Oficiais israelenses se recusam a servir nos territórios ocupados
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Segunda, 28 de Janeiro de 2002 às 18:09, por: CdB