Uma ofensiva dos soldados norte-americanos na província mais violenta do Iraque matou 75 insurgentes, segundo fontes dos EUA. Apesar disso, os ataques continuaram em Bagdá nesta segunda-feira.
A explosão de um carro-bomba num posto de controle policial no sul da capital matou pelo menos três pessoas e feriu oito, afirmou a polícia. Outra bomba, contra uma patrulha policial, matou dois iraquianos e feriu um policial. Um terceiro ataque contra soldados iraquianos, num posto de controle perto do Ministério do Transporte, feriu quatro pessoas.
As notícias da ofensiva dos EUA num deserto no oeste da província de Anbar surgiram depois de um fim-de-semana de baixas para os norte-americanos, e num momento em que o gabinete iraquiano continua incompleto, três meses após as eleições.
A ofensiva foi realizada por marines, soldados e marinheiros, com o apoio de aeronaves, segundo uma declaração do Exército dos EUA. O texto não especificava quando a operação começou, mas disse que 75 insurgentes foram mortos nas primeiras 24 horas.
No domingo, três soldados dos EUA morreram em dois ataques de beira de estrada, e um foi morto por armas leves. No sábado, um ataque suicida matou três marines, e um marinheiro foi morto numa troca de tiros.
A onda de violência se exacerbou desde o anúncio, no dia 28 de abril, do novo gabinete iraquiano. Desde então, pelo menos 300 pessoas morreram vítimas de ataques e bombas suicidas.
Enquanto isso, os iraquianos chegaram a acreditar que o impasse da formação do governo tivesse finalmente acabado no domingo, com a aprovação de seis ministros pelo Parlamento, mas um dos ministros recusou o cargo, e o gabinete permanece incompleto.
O sunita Hisham al-Shibli alegou que tinha sido escolhido para o Ministério dos Direitos Humanos só para aplacar a minoria árabe sunita e que por isso recusaria o posto.
Os novos ministros tomaram posse novamente na segunda-feira, já que os curdos exigiram a realização de uma nova cerimônia com a inclusão da palavra "federalismo", retirada na primeira versão. Os curdos querem que a nova Constituição, a ser elaborada este ano, consagre o federalismo. Eles possuem uma grande autonomia no norte do país.
As tensões sectárias atrapalham a difícil missão de combater a insurgência. As eleições de 30 de janeiro transformaram os antes oprimidos curdos e xiitas nos novos donos do poder. Eles estão tentando incluir os sunitas, que dominaram o país por décadas, no processo político, na tentativa de minar a insurgência.
Quanto mais o governo demorar para controlar as guerrilhas, maior será o risco de que a violência aprofunde as tensões e dê início a uma guerra civil.
O presidente iraquiano, Jalal Talabani, disse à Reuters numa entrevista que o líder da Al Qaeda no país, Abu Musab al-Zarqawi, está enfraquecido e isolado, e que não há risco de guerra civil.
Mas o novo ministro da Defesa, Saadoun al-Dulaimi, foi menos otimista. "O Iraque se transformou na encruzilhada do terrorismo internacional. Por isso o governo e o povo do Iraque vão sofrer mais que os de outros países", disse.
Ofensiva dos EUA mata 75 rebeldes no Iraque
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Segunda, 09 de Maio de 2005 às 12:29, por: CdB