A obra de expansão do metrô até Ipanema, na Zona Sul do Rio, está prestes a sair do papel. O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico) anunciou o interesse de discutir o projeto com a RioTrilhos (Companhia de Transportes sobre Trilhos do Estado do Rio de Janeiro), órgão vinculado à Secretaria de Transportes. A informação é do presidente da empresa estadual, Alexandre Farah. O projeto está estimado em R$ 350 milhões e já foi apresentado ao banco.
Segundo Farah, a RioTrilhos já tem autorização da Alerj (Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro) e espera apenas o enquadramento financeiro da obra por parte do banco, que pode ocorrer no próximo mês. Ele, no entanto, não descarta a possibilidade de começar as obras com recursos próprios, como aconteceu com a estação Siqueira Campos, em Copacabana.
- O canteiro já está lá e a empreiteira é a mesma. De repente, podemos entrar em contato para que o estado comece a tocar a obra, antes mesmo de o empréstimo ser liberado. Há uma certa burocracia entre o enquadramento do financiamento e a produção do contrato e, por isso, estamos dispostos a começar com recursos próprios. Também pretendemos comprar mais quatro trens de seis carros, quando esta estação estiver funcionando, o que vai fazer com que o intervalo entre os trens da Linha 1 passe de quatro minutos para três minutos e 20 segundos - explica Farah.
A estação será construída na Praça General Osório, em Ipanema, e terá 780 metros, a partir da estação Cantagalo, em Copacabana. A estimativa é de que a obra dure aproximadamente 18 meses. A estação será feita sob uma rocha, como a da Siqueira Campos, no trecho entre a Rua Barão da Torre e a Rua Visconde de Pirajá. Haverá dois acessos (Rua Sá Ferreira e Rua Teixeira de Melo) e ônibus de integração, que levarão os passageiros aos bairros da Lagoa e Leblon. A estação de Ipanema beneficiará cerca de 60 mil usuários por dia.
De acordo com Farah, o custo desta obra será maior do que o da estação Cantagalo, orçada em R$ 300 milhões, por causa da complexidade que envolve a obra.
- Além disso, vamos ter que comprar novos trens. Mas, torço para que não haja atraso na liberação do empréstimo, que novamente não será a fundo perdido e ainda terá contrapartida do estado - adianta.
Quanto à obra da estação Cantagalo, os trabalhos prosseguem em ritmo acelerado, com três turnos na parte subterrânea, e dois na Praça Eugênio Jardim, para recuperar o atraso do cronograma, provocado pela retenção de parcelas do financiamento do BNDES por 13 meses. A previsão inicial era entregar a estação em março e agora a RioTrilhos trabalha para que a inauguração seja em setembro.
Segundo o presidente da Rio Trilhos, o BNDES liberou duas parcelas desde o início do ano, num montante equivalente a R$ 85 milhões. Até setembro, quando a estação estará funcionando, o banco deverá repassar mais cerca de R$ 150 milhões. A parte civil do projeto está avançada, mas os equipamentos para estação propriamente dita são importados e ainda estão chegando.