Rio de Janeiro, 22 de Dezembro de 2024

Obama quer que Israel honre compromissos de Ariel Sharon

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Sábado, 11 de Janeiro de 2014 às 15:00, por: CdB
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Ariel Sharon morreu após mais de seis anos em coma
Presidente dos EUA, Barack Obama disse neste sábado que se une aos israelenses em honrar o compromisso do falecido Ariel Sharon com Israel e afirmou o tradicional apoio dos Estados Unidos para a segurança de Israel. Em um comunicado, Obama disse que ele e sua esposa, Michelle, enviam suas mais profundas condolências à família de Sharon e aos israelenses sobre "a perda de um líder que dedicou sua vida ao estado de Israel". Pouco antes de sofrer o acidente vascular cerebral que o levou ao coma, por mais de seis anos, Sharon defendia o fim dos assentamentos judaicos na Faixa de Gaza e a retomada, imediata, das negociações de paz com os palestinos. "Reafirmamos nosso compromisso inabalável com a segurança de Israel e nosso apreço pela amizade duradoura entre os nossos dois países e os nossos dois povos", disse Obama. Ele também disse que os Estados Unidos continuam a lutar pela paz e segurança duradoura para os israelenses "incluindo através do nosso compromisso com a meta de dois Estados convivendo lado a lado em paz e segurança". "À medida que Israel diz adeus ao primeiro-ministro Sharon, nós nos unimos ao povo israelita em honrar seu compromisso com o país", disse Obama. Críticas profundas Após a notícia da morte de Sharon, os principais dirigentes palestinos, tanto do movimento nacionalista Fatah como do islamita Hamas, denunciaram neste sábado as "atrocidades" do ex-primeiro-ministro israelense Ariel Sharon, que morreu hoje aos 85 anos. – Sharon, como qualquer outro líder israelense que cometeu atrocidades contra o povo palestino, não deixa nenhuma simpatia ou compaixão no coração dos palestinos – disse à agência espanhola de notícias Efe Mahmoud Labadi, chefe do Comitê de Relações Exteriores do Fatah. Labadi lamentou que os palestinos não possam "lembrar de nem um só momento bom que Sharon" tenha dado ao seu povo. – Estamos tristes pelo conflito não ter se resolvido durante seu período como primeiro-ministro, mas não por sua morte nem pela de nenhum outro israelense que cometeu massacres contra palestinos – acrescentou. Já o ex-chefe dos serviços secretos palestinos, Jibril Rajub, lamentou que Sharon não tenha sido julgado por um "tribunal penal internacional por seus crimes". Atual presidente da Federação Palestina de Futebol, Rajub acusou Sharon do "assassinato em 2004 de Yasser Arafat", algo que nunca foi comprovado pela justiça. O político independente Mustafa Barghouti disse que "nunca se deve ficar alegre pela morte de uma pessoa, mas infelizmente Sharon não deixou boas lembranças no povo palestino". – Infelizmente ele foi pelo caminho da guerra e da agressão, e fracassou totalmente em fazer a paz com os palestinos – afirmou. O movimento islamita Hamas, que governa a Faixa de Gaza, classificou o ex-primeiro-ministro israelense de "criminoso". – Sharon era um criminoso e um daqueles que causaram desgraças ao povo palestino – disse o porta-voz do Hamas em Gaza, Salah al-Bardawil. Em um comunicado, o funcionário do partido islamita afirmou que "rezava a Alá para que Sharon e todos os dirigentes sionistas que cometeram massacres" contra os palestinos "fossem para o inferno". Passa à História Ariel Sharon, ex-primeiro-ministro de Israel e um dos políticos mais prestigiados e ao mesmo tempo controvertidos da história do país, faleceu neste sábado aos 85 anos, no hospital de Tel Aviv onde ele estava internado desde 2006. No hospital permaneciam concentrados desde o começo do dia familiares e amigos tanto de sua época como militar como político. Seu filho Gilad Sharon agradeceu em um breve pronunciamento no hospital a todos os médicos e enfermeiros que cuidaram de seu pai durante os oito anos de internação tanto no hospital Tel Hashomer, de Tel Aviv, como no hospital Hadassah Ein Karem, em Jerusalém. Um dos mais próximos assessores de Sharon quando ele foi primeiro-ministro, Raanan Gissin, disse à Efe horas antes do falecimento que "Sharon é a própria reencarnação de Israel em uma só pessoa desde 1948, e seu legado e influência abrangem desde o campo militar, passando pela política, a economia". O ex-primeiro-ministro israelense viveu sempre em meio a controvérsia, desde seus dias como militar e ministro até chegar à chefia do Governo israelense, em 2001. Sharon governou o país até 2006, e um ano antes de sofrer o derrame cerebral criou um novo partido, o Kadima, de centro-direita, com o qual promoveu a retirada de colonos e soldados israelenses de Gaza apesar da oposição interna em seu partido, o direitista Likud, hoje liderado por um de seus principais rivais, Benjamin Netanyahu.
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