Rio de Janeiro, 22 de Dezembro de 2024

O Itinerário de um desastre

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Sexta, 08 de Setembro de 2017 às 11:01, por: CdB

O inesquecível Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional (Proer). Em 1995 o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso deu uma amostra pública do seu compromisso com o capital financeiro.

 

Por Maria Fernanda Arruda - do Rio de Janeiro

 

Nenhum governo teve mídia tão favorável quanto o de FHC, o que não deixa de ser surpreendente, visto que em seus dois mandatos ele realizou uma extraordinária obra de demolição, de fazer inveja a Átila e a Gêngis Khan. Vale a pena relembrar algumas das passagens de um governo que deixou uma pesada herança para seu sucessor.

1994 e 1998

O dinheiro secreto das campanhas: Denúncias que não puderam ser apuradas, graças à providenciais operações "abafa", apontaram que tanto em 1994 como em 1998 as campanhas de Fernando Henrique Cardoso foram abastecidas por um caudaloso esquema de caixa-dois.

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Maria Fernanda Arruda é colunista do Correio do Brasil, sempre às sextas-feiras

Em 1994, pelo menos R$ 5 milhões não apareceram na prestação de contas entregue ao TSE. E em 1998, teriam passado pela contabilidade paralela nada menos que R$ 10,1 milhões.

A farra do Proer?

O inesquecível Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional (Proer). Em 1995 o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso deu uma amostra pública do seu compromisso com o capital financeiro. Na calada de uma madrugada de um sábado de novembro, assinou uma medida provisória instituindo o Proer.

Um programa de salvação dos bancos que injetou 1% do PIB no sistema financeiro. Um dinheiro que abandonou o sofrido Tesouro Nacional, para abastecer cofres privados. A começar pelo Banco Nacional, então pertencente a família Magalhães Pinto, da qual um de seus filhos era agregado. Não é mesmo FHC?

Cepal

O Proer demonstrou em 1996, como seriam as relações do governo FHC com o sistema financeiro. Para FHC, o custo do programa ao Tesouro Nacional foi de 1% do PIB. Para os ex-presidentes do BC, Gustavo Loyola e Gustavo Franco, atingiu 3% do PIB.

Mas para economistas da Comissão Econômica para a América Latina (Cepal), os gastos chegaram a 12,3% do PIB, ou R$ 111,3 bilhões, incluindo a recapitalização do Banco do Brasil, da CEF e o socorro aos bancos estaduais.

E agora, FHC, você ainda vem aqui querendo dizer o que...?

Maria Fernanda Arruda é escritora e colunista do Correio do Brasil.

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