Rio de Janeiro, 20 de Janeiro de 2025

O filme video de Kiko Goifman

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Terça, 09 de Agosto de 2005 às 05:29, por: CdB

O filme vídeo de Kiko Goifman, Atos dos Homens, exibido em Locarno é inédito no Brasil porque está ainda em realização e tem apenas 40 minutos. Mas mesmo assim foi exibido na mostra paralela Cineastas do Presente como Work in Progress, o que constitui praticamente uma exceção dentro do Festival de Locarno.

Kiko tem o apoio de alemães e holandeses, um financiamento obtido pelo produtor brasileiro Paulo Roberto de Carvalho, da Cachoeira Films e diretor do festival de cinema latinoamericano de Tuebingen, na Alemanha.

A idéia inicial de filmar sobreviventes de massacres no Brasil foi modificada para documentar familiares e sobreviventes do massacre do 31 de julho deste ano na Baixada Fluminense.

Logo depois de mostrar seu copiao de 40 minutos na sala de projeções vídeos, Kiko Goifman, já conhecido de Locarno por seus outros documentários vídeos, nos deu uma entrevista.

Pergunta - Como surgiu essa oportunidade de exibir aqui em Locarno um filme ainda não terminado?

Kiko Goifman - Foi um convite do Festival e em especial de Tiziana Finzi, de Cineastas do Presente, para mostrar e discutir com o público, assim como fazer contatos com distribuidores, um filme ainda proximo da metade e ainda alguns meses antes de ser concluído. Senti-me bastante honrado com isso, porque esse tipo de procedimento é comum em pequenos festivais, mas raro num festival do tamanho e importância de Locarno. E isso não elimina que, depois de pronto, o filme poderá ser mostrado em outros festivais.

 

Pergunta - Essa a razão pela qual as vezes a tela fica em branco ou preto, ouvindo-se só as vozes dos entrevistados?
Kiko Goifman - Não, talvez fique assim, mesmo depois de terminado. Fiz alguns testes de montagem, nos quais eu colocava imagens, só que ao tomar cuidados para não mostrar parentes das vítimas da chacina e com um dos autores da chacina, usei tela em branco e em preto respectivamente, e acabei achando melhor sem imagem. Por isso, pode acontecer - se eu achar que é o melhor - que eu acabe tomando uma decisão nada convencional, guardando a tela sem imagens, para as pessoas se concentrarem só no som. Os produtores me dão total liberdade para isso.

 

Pergunta - Quando surgiu a idéia desse documentário ?

Koko Goifman - Ele começou a ser produzido no final do ano passado, quando ganhei um prêmio da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo para realizar um filme com sete pessoas sobreviventes de massacres no Brasil. Eu iria procurar sete sobreviventes de massa

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