O Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) subiu 0,2% em setembro, em linha com a previsão do mercado, informou o Departamento de Trabalho nesta terça-feira. Contudo, um salto nos preços de acomodação contribuiu para levar o núcleo do índice ao ritmo mais rápido nos últimos cinco meses. O núcleo, que exclui alimentos e energia, avançou 0,3% - o maior ganho desde abril. Analistas estimavam 0,2%.
Os preços de energia tiveram queda de 0,4%, enquanto os de alimentos ficaram estáveis. Foi o terceiro mês consecutivo de queda nos precos de energia, que ajudou a freiar o avanço do indicador, o mais usado nos EUA para medir a inflação, disse o Departamente do Trabalho.
Para Richard Dekaser, economista-chefe do national City Corp., em Cleveland, os preços ficaram em linha com as previsões. "(O resultado) mostra uma alta generalizada da inflação. Em termos anuais, o núcleo está acima do ano passado. É um argumento para que o Fed normalize os juros."
O vice-economista-chefe da Nomura Securities em Nova York, Parul Jain, disse que "o índice de inflação veio um pouco mais assustador do que esperávamos. Se olharmos para a aceleração do núcleo, vamos ver alguma evidência de repasse da alta dos preços de energia para o consumidor".
Antes do relatório, analistas disseram que o resultado mostraria um quadro subestimado do ambiente inflacionário porque não refletia a recente alta dos preços do petróleo, que já está tendo reflexo nos preços da gasolina.
Em setembro, os preços da gasolina subiram 0,1%, mostrou o relatório. Os custos dos combustíveis, no entanto, dispararam 2,1%, enquanto os preços do gás natural caíram 3,1% e os de eletricidade ficaram estáveis. Nesse meio tempo, os preços do petróleo bateram um novo recorde de alta a US$ 55,33 o barril na segunda-feira, antes de fecharem em queda de US$ 1,26, cotados a US$ 53,67 em uma indicação de que os preços da commodity estavam restringindo a capacidade de crescimento. Na terça-feira, os preços voltaram a cair, mas continuam sendo negociados acima dos US$ 50 o barril.
O Departamento do Trabalho disse que uma alta de 2,9% nos custos de acomodação - como hotéis e dormitórios universitários - representam cerca de três quartos da aceleração do núcleo, que subiu apenas 0,1% nos três meses anteriores. Em agosto, os preços de acomodação caíram 1,7%.
A despeito da aceleração do ritmo da inflação, o núcleo subiu apenas 1,8% em termos anuais nos últimos três meses, menos do que o registrado nos outros trimestres. Segundo o departamento norte-americano, os preços das casas subiram 0,2% em setembro, o mesmo que em agosto e julho.
Além disso, os custos com itens de vestuário ficaram inalterados depois de dois meses de queda, enquanto os do setor de saúde subiram 0,3 por cento depois de um ganho de 0,2% em agosto.