Quatro crianças e três adultos morreram no incêndio da noite de segunda-feira em um edifício ocupado ilegalmente por imigrantes africanos no centro de Paris, na segunda tragédia deste tipo em três dias na capital francesa.
Uma das crianças pulou da janela para escapar das chamas e foi levada em estado muito grave a um hospital, onde morreu pouco depois. As outras pessoas foram achadas já sem vida pelos bombeiros quando puderam entrar no edifício, no bairro do Marais, após apagar o fogo.Além dos mortos, o acidente deixou três feridos em estado grave e onze leves, entre eles um bombeiro.
O fogo foi registrado pouco antes das 22h00 locais de segunda-feira (17h00 de Brasília), por causas desconhecidas, na escada de um edifício de cinco andares situado no bairro histórico de Marais, segundo os bombeiros. Este edifício, que passava por obras de reconstrução, era ocupado por africanos.
Em uma primeira reação do governo, o primeiro-ministro, Dominique de Villepin, manifestou sua profunda emoção pelo drama e enviou às famílias dos mortos seus pêsames, agradecendo o trabalho efetuado pelos bombeiros.
Na madrugada da última sexta-feira, um incêndio em um prédio habitado por imigrantes africanos deixou ao menos 17 mortos, a maioria criança, no sul de Paris.
A prefeitura de Paris, que após o acidente de sexta-feira se queixou da inação do governo perante a situação de milhares de imigrantes que ocupam edifícios insalubres, voltou hoje à carga com o vereador responsável por habitação, o socialista Jean-Yves Mano.
Mano reivindicou que o Estado se encarregue da construção de casas para os imigrantes que trabalham e que, por não terem documentos, têm dificuldades para encontrar domicílio, e se queixou que embora tenham pedido uma reunião sobre este tema há seis meses, não conseguiram.