O economista Rodrigo Telles da Rocha Azevedo, indicado para o cargo de diretor de Política Monetária do Banco Central, disse nesta terça-feira que os indicadores positivos da economia brasileira são resultado da adoção, pela equipe econômica, de austeridade fiscal, metas de inflação e regime de câmbio flutuante.
- Tenho uma visão otimista sobre o futuro da economia brasileira, que já vem se expressando nos indicadores recentes. Acho que isso reflete a decisão importante na administração do governo Lula de basear sua política econômica no tripé austeridade fiscal de longo prazo, metas de inflação e regime de câmbio flutuante - afirmou Telles.
Para ele, o principal papel da autoridade monetária é assegurar a estabilidade de preços e preservar o valor da moeda, para estimular o crescimento de longo prazo. Telles foi aprovado nesta terça por unanimidade pela Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, depois de sabatinado. A indicação será agora apreciada pelo plenário da Casa, em votação que deve ocorrer ainda nesta terça.
Telles se mostrou favorável à autonomia do Banco Central, apesar de considerar que o país não está ainda amadurecido sobre a questão.
- A experiência indica que países onde há bancos centrais com independência formal a taxa de inflação no longo prazo é mais baixa. Portanto, acho que esse possa ser um fenômeno importante para o Brasil. Não estamos ainda necessariamente amadurecidos, por isso, acho importante uma discussão mais aprofundada sobre o tema - afirmou.
Rodrigo Telles, de 40 anos, é gaúcho, economista e foi diretor do Banco de Investimentos Crédit Suisse First Boston. É pós-graduado na universidade norte-americana de Ilinois, onde defendeu tese sobre a volatilidade no mercado de ações no Brasil.