Se a governadora citou o poeta Arnaldo Antunes, o acadêmico e jornalista Arnaldo Niskier lembrou o cineasta Glauber Rocha no discurso de posse do cargo de secretário estadual de Cultura, nesta quinta-feira no auditório do antigo Banerjão, no Centro do Rio: "O sonho é o único direito que não se pode proibir". Niskier agradecia à governadora Rosinha Garotinho, pelo convite. "Ela (Rosinha) confiou nos meus sonhos em relação à cultura fluminense", afirmou. E prometeu enfrentar as dificuldades que encontrar pela frente.
- Prefiro colocar mãos à obra, participando de um governo comprometido com ações transformadoras -afirmou.
E prosseguiu: "Aqui não há promessas absurdas ou promessas políticas. O que vamos fazer é valorizar a nossa cultura, homenagear nossos mitos e ícones, além de buscar parcerias em diversas áreas e setores como educação, turismo e esporte. Nossa meta é massificar a elite e elitizar a massa", completou o novo secretário citando o imortal Alceu Amoroso Lima.
O novo secretário terá grandes desafios à frente. "Pretendemos, como uma das metas prioritárias, dar fisionomia própria e ampliar, conservar, equipar e modernizar os espaços culturais do estado: museus, teatros, bibliotecas, casas de cultura. Queremos uma Secretaria de Cultura ágil e moderna, que trabalhe de forma integrada com todos os setores do governo. Só assim requalificaremos o Rio de Janeiro como capital cultural do país", ressaltou.
Dentre os projetos a serem implantados pelo governo, Niskier citou a criação do Grande Prêmio Rachel de Queiroz, classificado por ele como o "Oscar literário brasileiro", a criação do Dia Estadual da Cultura em homenagem ao nascimento do jornalista Roberto Marinho e a reativação do Conselho Estadual de Cultura.
Niskier garantiu ainda que vai dedicar atenção especial à consolidação do turismo cultural e de patrimônio, especialmente em regiões e lugares que possuam monumentos tombados. "Durante o recente seminário do governo foi reconhecido que o nosso Instituto de Patrimônio Artístico e Cultural vem realizando um magnífico trabalho com este propósito e que deve ser promovido e divulgado", reconheceu.
O novo secretário vai apoiar o trabalho de interiorização da cultura, já em desenvolvimento pela secretaria, incentivando a criação de núcleos municipais nas prefeituras e ativando pólos regionais de integração e interação para o desenvolvimento das políticas culturais do Estado. "Importante valorizarmos a diversidade e as manifestações espontâneas, promovendo iniciativas locais de reconhecido valor e tradição", completou.
No setor de turismo, o acadêmico pretende criar roteiros de visita aos principais patrimônios culturais do estado, que, segundo ele, "além de levar cultura ainda proporcionam o aquecimento econômico de diversas regiões do estado". Para a educação, uma brincadeira levada a sério. "Como dizia Monteiro Lobato, vamos entupir o Rio de Janeiro de livros!", disse, arrancando risos e aplausos da platéia.
A Secretaria de Cultura pretende criar uma rede integrada de bibliotecas unindo escolas, universidades e centros técnicos. "Cultura é cidadania e nossa linha de ação visa implementar projetos culturais de impacto social. Essa é a determinação da governadora Rosinha Garotinho e do governo do estado. Nossa secretaria criará mecanismos efetivos para que a cultura gere conhecimento, empregos e inclusão social", destacou o secretário.
Niskier reafirmou a proposta da governadora de dar continuidade a diversos programas populares de cultura, como os shows de música Fim de Tarde e Meio Dia e Meia, no Teatro João Caetano, a R$ 1, além de uma programação com preços mais acessíveis no Teatro Municipal e em salas de cinema. Ele quer também criar uma agência de distribuição para filme documentário realizado no país e criar programas de fomento à produção cinematográfica.
O secretário anunciou ainda a criação do Museu da Ciência, em Campos, no Norte