Ninguém vai tirar meu direito ao voto, diz Paim

O primeiro vice-presidente do Senado, Paulo Paim (PT-RS), não abre mão de pelo menos três modificações na proposta de reforma da Previdência: a não tributação dos inativos, a paridade entre servidores públicos ativos e inativos e o estabelecimento de regras de transição para os atuais servidores. Da tribuna do Senado, Paulo Paim fez uma analogia com a história dos lanceiros negros, utilizados pelos rebeldes na guerra dos farrapos e, depois, assassinados pelos seus comandantes, para reafirmar que ninguém vai lhe tirar "o direito sagrado da palavra e do voto".

Neste fim de semana, o jornal O Globo publicou reportagem na qual o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, teria feito críticas ao senador por conta de suas posições sobre a reforma previdenciária. Dirceu teria dito que Paulo Paim deveria ser expulso do partido o mais rápido possível e entregar o cargo de primeiro vice-presidente do Senado e o seu próprio mandato.

- Ninguém vai nos tirar o direito sagrado da palavra e do voto. Essas são as armas da democracia, que o povo nos deu para defendê-lo hoje e sempre - reagiu Paim da tribuna. Depois, numa entrevista coletiva, reafirmou que "até um tempo atrás sabia que o problema (do PT) era com o voto. Agora não sei, falou tem que ser expulso".

Em nenhum momento, Paulo Paim disse que as críticas eram dirigidas ao ministro José Dirceu . "Disse apenas que o todo poderoso da época (da guerra dos Farrapos) é muito semelhante ao todo poderoso de hoje". Acrescentou que é triste ver nos dias de hoje pessoas que sempre lutaram para ver este momento acontecer e, de uma hora para outra, serem "tentados por alguns setores a serem desmoralizados".

Paim reafirmou que continuará na busca de um acordo que permita que as reformas da Previdência e tributária sejam votadas ainda neste ano. - Se não for possível cada um deve seguir o seu caminho sem problema algum. No momento estou no Partido dos Trabalhadores, estou tentando contribuir para este grande entendimento - ressaltou.