Após uma manhã agitada e de muita volatilidade, o dólar pegou carona na queda dos preços internacionais do petróleo, em meio a uma sessão mais positiva para os ativos globais, e encerrou em queda expressiva nesta quinta-feira, vendido a R$ 3,122.
A queda do dólar também foi sustentada por dados econômicos positivos das economias brasileira e norte-americana divulgados nesta manhã, disseram analistas.
O crescimento acima do esperado da economia brasileira no primeiro trimestre do ano foi um dos principais dados que animaram os investidores.
A moeda norte-americana encerrou bem próxima à mínima do dia, em queda de 1,3 %, após chegar a subir 0,38 % na máxima da sessão, vendida a R$ 3,175 .
"Houve muitas notícias hoje e o mercado, que estava bem volátil de manhã, acabou escorregando de vez a tarde. Eu acho que o mais importante foi a forte queda do petróleo lá fora, com essa história da Opep", disse Hideaki Iha, analista de mercado da Corretora Souza Barros em São Paulo.
Em Nova York, os contratos de petróleo para entrega em julho fecharam em queda de US$ 1,26, a US$ 39,44 dólares por barril, após chegar a US$ 39,00 na mínima da sessão --o menor preço desde 11 de maio.
Em Londres, o petróleo tipo Brent ficou US$ 0,83 mais barato, a US$ 36,25 o barril.
Perspectivas de um forte aumento no limite de produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) quando o cartel se reunir em Beirute, no mês que vem, foram citados como motivo da queda nos preços da commodity.
"Teve o PIB também que veio acima do esperado e isso deu uma boa animada no mercado como um todo", acrescentou Iha.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou nesta manhã que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 1,6 % no primeiro trimestre de 2004 sobre os últimos três meses de 2003, a maior taxa desde que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tomou posse.
Sobre o primeiro trimestre de 2003, a economia avançou 2,7 %, interrompendo três períodos de resultados negativos nessa comparação
O responsável pela mesa de câmbio de um grande banco nacional em São Paulo explicou que o volume de negócios, no entanto, concentrou-se no mercado futuro de dólar, na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F).
"Teve um banco que vendeu muitos dólares lá no futuro e isso ajudou a arrastar o (dólar) à vista", disse, explicando que, no entanto, ainda não vê uma tendência de melhora.
"O cenário político ainda preocupa e é preciso continuar de olho lá fora. Ainda vejo volatilidade à frente", completou.