Rio de Janeiro, 21 de Dezembro de 2024

Mural da Vida alerta sobre importância de doar órgãos no metrô do Rio

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Terça, 27 de Setembro de 2016 às 11:01, por: CdB

Além do Mural da Vida, que após a inauguração seguirá para exposição em outros pontos da cidade, o PET vai realizar diferentes ações de conscientização

Por Redação, com ABr - do Rio de Janeiro:

Para marcar o Dia Nacional da Doação de Órgãos e Tecidos, comemorado nesta terça-feira, o Programa Estadual de Transplantes (PET) inaugurou na estação Carioca do MetrôRio, o Mural da Vida. Com o objetivo de sensibilizar a sociedade quanto à importância da doação, o grande painel, com mensagens e depoimentos de famílias e pacientes que tiveram suas vidas salvas por um transplante, é uma homenagem do programa às famílias doadoras.

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Para marcar o Dia Nacional da Doação de Órgãos e Tecidos, comemorado nesta terça-feira, o Programa Estadual de Transplantes (PET) inaugurou na estação Carioca do MetrôRio, o Mural da Vida

Além do Mural da Vida, que após a inauguração seguirá para exposição em outros pontos da cidade, o PET vai realizar diferentes ações de conscientização. Ainda nesta terça-feira, o programa de transplantes também esteve na Central do Brasil, onde, em parceria com a Supervia, distribuiu material informativo, além de oferecer um ponto de cadastro para as pessoas que desejam se declarar doadoras no site Doa+Vida. O secretário estadual de saúde, Luiz Antônio Teixeira Júnior comentou a ação.

– A intenção é que todos saibam o quão fundamental é a doação de órgãos. Claro que a partida de um ente querido sempre é um momento difícil, mas é importantíssimo termos a sensibilidade de saber que, a partir disso, temos uma oportunidade de salvar vidas – disse.

Alternativas

Teixeira adiantou que o Estado vai incentivar as unidades de saúde a realizarem transplantes. Segundo o secretário, elas receberão uma taxa por cada operação. “Com a crise que o Rio atravessa a gente tem que buscar alternativas que melhorem o nosso sistema.

Pensando nisso, a gente desenvolveu um programa que pagará cerca de 10 a 30% cima da Tabela SUS (Tabela Total de Procedimentos do SUS) para os hospitais que se cadastrarem. Não dá para passar mais informações, pois o programa sequer foi lançado, mas a gente acredita que essa será uma ideia que ajudará a aumentar o número de transplantes”.

Arlita Andrade, esposa do repórter cinematográfico da TV Bandeirantes Santiago Andrade, morto em 2014 enquanto filmava uma manifestação no Centro do Rio, emocionou-se ao lembrar que Santiago salvou a vida de algumas pessoas, através da doação de seus órgãos.

– Para ser mais exata foram cinco. Cinco pessoas que meu marido salvou, por ser doador de órgãos. Tenho certeza que, onde quer que esteja, ele está tão feliz quanto eu. Fizemos o que poderia e deveria ser feito. A gente sempre conversava sobre isso lá em casa e ele, como boa pessoa que era, concordava em doar quando chegasse a hora dele. Eu acredito que, quando partimos, o espírito vai junto e o corpo fica. Apenas aquela casca. Então qual a necessidade de recusar ajuda para quem ainda está aqui? – refletiu.

Transplante

A aposentada Iracema Netler, 56 anos, foi diagnosticada há três anos com uma doença degenerativa que comprometia as córneas. Ela conta que sua única opção para não perder a visão era o transplante.

Três meses depois de passar por cirurgia no olho direito, ela inicia uma nova etapa em sua vida. “É emocionante poder ver esse tanto de câmera, repórteres, ver as cores das roupas de vocês, etc. São pequenas coisas que me fariam tanta falta.

E tão logo eu tenha alta vou operar o esquerdo, pra ficar 100%. Aí ano que vem vocês me procurem de novo que vou estar enxergando melhor que qualquer um (risos)”, diverte-se.

O vocalista do grupo de pagode Bom Gosto, Fábio Bessa, contou que há quatro anos, foi diagnosticado com uma insuficiência renal crônica. O problema só se resolveria com hemodiálise ou transplante. Bessa encontrou na própria família um doador e agora é ativista da causa. Ele e sua banda criaram o "Gesto de Amor", com participação de sambistas como Zeca Pagodinho, Arlindo Cruz e Diogo Nogueira, para angariar fundos para pessoas que precisam de doação de órgãos.

– Em momentos como esses a gente se dá conta da dificuldade que nosso país tem em atender pessoas que precisam de ajuda. Graças a Deus minha prima logo se prontificou a me ajudar e isso salvou minha vida. Eu tive essa sorte, mas e tantos outros pacientes que não tem?", disse ele. "É importante reforçar que nossa matéria espiritual vai, mas o corpo fica. E nesse corpo há a salvação de muita gente que precisa – destacou.

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