Um estudo britânico revelou que a angina, muitas vezes o primeiro sinal de doenças no coração - afeta as mulheres na mesma proporção que os homens.
De acordo com os pesquisadores do University College de Londres (UCL), muitos médicos ainda subestimam o problema entre as mulheres e falham em oferecer exames quando elas apresentam suspeita de angina. Os pesquisadores disseram ainda que muitas mortes poderiam ser evitadas na Grã-Bretanha se os médicos reagissem mais prontamente quando fossem consultados por mulheres com dores no peito.
A angina é um desconforto ou dor no peito causada por falta de oxigênio no músculo do coração. As dores são freqüentemente causadas por exercícios ou atividades físicas repentinas.
A equipe do UCL analisou os registros de 100 mil pacientes com angina entre 45 e 89 anos.
Eles descobriram que, todos os anos, duas em cada cem mulheres da população desenvolvem angina.
Com a falta de exames apropriados, como eletrocardiogramas, essas mulheres acabam tendo mais chances de morrer de problemas cardíacos.
- Para as mulheres, angina é um problema de saúde pública muito maior do que muitos médicos, e a população em geral, percebem", disse o pesquisador Harry Hemingway.
"As mulheres desenvolvem a angina em níveis similares aos homens - disse.
O pesquisador disse ainda que é difícil estabelecer categoricamente quais pacientes têm angina, já que muitos não precisam ser internados quando apresentam a condição. O estudo foi patrocinado pela Fundação Britânica do Coração e publicado na revista da Associação Médica Americana.
- Como as mulheres tendem a estar protegidas da angina até depois da menopausa, o problema vem tradicionalmente sendo encarado como um problema masculino - disse Peter Weissberg, diretor médico da Fundação Britânica do Coração.
- O estudo reforça nossa visão de que a mulher com angina precisa receber tratamento rápido e apropriado para evitar o risco de um ataque do coração.
Estudos sugerem que cerca de 60% dos sobreviventes de ataques cardíacos sofreram anteriormente de angina.