Muçulmanos britânicos notórios chegaram ao Kuwait hoje, a caminho de Bagdá, para pedir a libertação do refém Kenneth Bigley, nove dias depois que o engenheiro de 62 anos foi sequestrado.
"Acredito e sempre mantenho a fé, em misericórdia a Alá", afirmou Daub Abdullah, membro da delegação do Conselho Muçulmano da Grã-Bretanha (MCB, na sigla em inglês), no aeroporto de Kweit.
"E estamos esperançosos que o senhor Bigley está vivo e que conseguiremos exercer alguma influência sobre aqueles que o mantêm como refém", disse. "Não temos razão para duvidar que ele esteja vivo."
Os sequestradores ameaçam matar Bigley se não forem liberadas no Iraque as mulheres que são mantidas prisioneiras, mas eles não estabeleceram um prazo-limite. Já foram decapitados os dois norte-americanos que haviam sido capturados com Bigley.
Um site islâmico na Internet, que no passado já deu informações infundadas sobre reféns, afirmou no sábado que Bigley havia sido morto, mas o governo inglês duvida da veracidade da informação.
Abdullah disse que a delegação espera se encontrar com alguns líderes religiosos e intelectuais no Iraque.
"Estamos pedindo àqueles que o mantêm preso que tenham misericórdia", afirmou Inayat Bunglawala, porta-voz da MCB, na Grã-Bretanha. O MCB é o maior grupo de representação dos 1.800 muçulmanos britânicos.
O primeiro-ministro britânico, Tony Blair, para quem Bigley fez apelos em um vídeo, se mantém em silêncio por receio de alimentar a crise.
A posição contrasta com aquela assumida pelo presidente francês, Jacques Chirac, que apelou publicamente pela liberação de dois jornalistas franceses que eram mantidos como reféns.
Parentes de Bigley acusaram o governo de não fazer o suficiente para salvá-lo, mas agora parecem ter sido convencidos de que o governo, ao atender à solicitação dos sequestradores, poderia estimular novos sequestros no futuro.