O acompanhamento é uma reação às denúncias de violência policial que ocorreram durante a greve do dia 28 de abril, quando a polícia teria agido com violência
Por Redação, com ABr - do Rio de Janeiro:
Com o objetivo de observar e fiscalizar a atuação de policiais militares e manifestantes, o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) vai passar a acompanhar atos de protestos previamente agendados nas ruas e praças da cidade.
O acompanhamento é uma reação às denúncias de violência policial que ocorreram durante a greve do dia 28 de abril, quando a polícia teria agido com violência. Jogando bombas de gás lacrimogêneo e atirando balas de borracha para dispersar os manifestantes na Cinelândia. Durante mobilização contra as reformas trabalhista e da Previdência.
O anúncio foi feito pelo procurador-geral de Justiça, Eduardo Gussem, que recebeu, na segunda-feira. O deputado federal Alessandro Molon (Rede-RJ). O presidente da Comissão de Segurança Pública da Ordem dos Advogados do Brasil - Seccional do Rio de Janeiro (OAB/RJ), Breno Melaragno, para tratar sobre os atos.
Na ocasião, o deputado federal entregou representação pedindo “apuração da violência praticada por policiais contra a população. A responsabilização das autoridades competentes”. Ele também entregou imagens que registraram a atuação da polícia, segundo o MP.
O procurador-geral de Justiça informou nesta terça-feira, em nota, que o Ministério Público já instaurou procedimento “para investigar os atos de violência. Tanto por parte de policiais quanto dos participantes. Ele informou que vai ouvir testemunhas e vítimas. Incluindo parlamentares que participaram do ato do dia 28”.
Gussem afirmou que o ministério vai atuar em conjunto e de forma estratégica com a OAB. Para acompanhar as manifestações. "O MP Fluminense irá para as ruas fiscalizar os protestos e a atuação dos policiais e dos manifestantes.” O ministério está estudando a elaboração de um protocolo de atuação da polícia durante as manifestações.
Complexo do Alemão
O procurador-geral de Justiça recebeu os deputados estaduais Marcelo Freixo (PSOL/RJ) e Flávio Serafini (PSOL/RJ). Que entregaram ainda uma representação sobre a ocupação de casas por parte da polícia no Complexo do Alemão.
Em relação aos domicílios ocupados. O órgão informou que já está tomando providências. “A instituição vem fazendo reuniões com autoridades da Secretaria de Estado de Segurança e encontros com moradores do Complexo do Alemão para retomar a pacificação da Fazenda Nova Brasília”.
Representantes do MPRJ estão se reunindo ainda com o comando da 2ª UPP - Morro do Alemão e dos Grupos Especiais da PMERJ, comando geral da PMERJ. Incluindo os chefes Operacional e do Estado Maior, a Secretaria de Estado de Segurança e com lideranças comunitárias para que seja encontrada uma solução que equacione os problemas decorrentes da ocupação.
– A proposta é fortalecer a polícia de proximidade, uma filosofia de atuação em segurança pública. Segundo a qual as ações são definidas com base em negociação com a comunidade. Ou seja, trata-se de uma espécie de polícia comunitária – disse o ministério, em nota. Na avaliação do MPRJ, o sucesso da política de pacificação na UPPs depende em parte desta aproximação com a sociedade.