Coletivos e organizações afirmam que propostas como a reforma da Previdência e a terceirização atingem diretamente a população negra. Eles denunciam também a violência e redução de políticas afirmativas
Por Redação, com RBA - de São Paulo:
Para protestar contra as medidas defendidas e aprovadas pelo governo Temer, organizações e coletivos do movimento negro em São Paulo vão às ruas no próximo sábado, na Marcha Negra contra as Reformas Racistas de Temer. Os alvos dos protestos são as reformas da Previdência e trabalhista, que tramitam no Congresso Nacional, e a terceirização irrestrita e o congelamento dos investimentos sociais por 20 anos, já aprovados e que, segundo os movimentos, atingem ainda mais diretamente a população negra.
O movimento também denuncia o aumento da repressão policial e a "destruição" de politicas afirmativas. Como a gradual redução do Fies e do Prouni. Além da inexistência de política de cotas raciais em universidades estaduais paulistas. Como a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
O manifesto convocatório lembra que o povo negro é "alvo histórico" de desigualdade. Consequência dos séculos de escravidão, e que jamais usufruiu de efetiva cidadania. Mesmo os direitos civis, sociais e trabalhistas, conquistados através da luta dos trabalhadores. Foram a eles negados, segundo o documento.
– A população negra será, sem nenhuma dúvida, a parcela mais afetada com o fim das aposentadorias. Com o desmonte dos direitos trabalhistas, com o congelamento de investimentos sociais. E com o aumento da repressão, alvo naturalizado que somos, das leis punitivas e da ação violenta das polícias – afirma Douglas Belchior, liderança do movimento negro e fundador da Uneafro-Brasil.
Integram a marcha entidades como a Frente Alternativa Preta, Uneafro-Brasil, Círculo Palmarino, Mães de Maio, Coletivo Negro Vozes, Instituto Luis Gama, Cooperifa, dentre outros.
A Marcha Negra contra as Reformas Racistas de Temer será realizada no sábado a partir das 13h, no Largo São Francisco, centro de São Paulo. De lá, a marcha segue até a Avenida Paulista, onde se encontra com o Cordão da Mentira, que celebra o 1º de Abril de maneira crítica e bem humorada.