A mostra <i>Nazismo e Cinema</i> exibe, até domingo, na Sala Cinemateca, em São Paulo, 17 filmes produzidos entre 1956 e 2001. Com apoio do Instituto Goethe, o objetivo do ciclo é apresentar produções menos espetacularizadas sobre o Holocausto. O evento começou na terça-feira com <i>A Rodovia do Reich</i>, <i>Um Dia: Relato sobre um Campo de Concentração</i>, <i>Eu tinha 19 Anos</i>, <i>Brutalidade em Pedra: A Eternidade de Ontem</i> e <i>Arquitetura da Destruição</i>.
Entre os filmes escolhidos estão documentários ou aqueles baseados em fatos reais. Um deles é <i>Arquitetura da Destruição</i> (Suécia, 1989), de Peter Cohen. O diretor tenta mostrar como a obsessão de Hitler pela beleza e a estética era coerente com um projeto racista de extermínio dos judeus. Esse documentário traça a trajetória de Hitler e de alguns de seus mais próximos colaboradores com a arte. O filme destaca também a importância que a arte teve na propaganda do nazismo, ação fundamental no desenvolvimento das idéias do ditador em toda a Alemanha.
O curta <i>Brutalidade em pedra: A ternidade de ontem</i> (1960), de Alexander Kluge, (1960) também analisa a ideologia do nazismo a partir de sua arquitetura, com imagens do projeto de um pavilhão em estilo romano. Outro curta, <i>Professor em Transformação</i> (1963), demonstra uma "educação sem perspectivas" , descrevendo três professores do período nazista.
Também serão exibidos os longas <i>Lissy</i> (1957), <i>Estrela</i> (1959) e <i>Eu tinha 19 anos</i> (1968) do cineasta alemão Konrad Wolf, que vindo de uma família judia, teve que fugir para Moscou e colocou nas produções informações autobiográficas.
Já <i>Os Últimos Cinco Dias</i> (1982), de Percy Adlon, conta a história de três integrantes do movimento estudantil Rosa Branca, cuja principal ação era combater o nazismo com panfletagem. Outro grupo, os presos políticos, são o mote de <i>Nu entre Lobos</i> (1962), de Frank Beyer.
Um dos principais destaques da mostra, é <i>Eu fui a secretária de Hitler</i> (2001), de Andre Heller e Othmar Schmiderer. O filme traz um longo depoimento de Traudl Junge, que acompanhou Hitler em viagens e foi morar com ele em Berlim. A intimidade de Hitler, mas em versão ficcional, está em <i>Moloch</i> (1999), do russo Aleksander Sokurov.
Confira a programação completa da mostra <i>Nazismo e Cinema</i>:
QUARTA (13)
14h40 - <i>Nu entre Lobos</i>
17h - <i>Arquitetura da Destruição</i>
19h15 - <i>A Ponte</i>
21h15 - <i>Eu Fui a Secretária de Hitler</i>
QUINTA (14)
15h15 - <i>David</i>
17h35 - <i>Tadelloser e Wolff</i>
19h25 - <i>Eu Fui a Secretária de Hitler</i>
21h15 - <i>Moloch</i>
SEXTA (15)
14h15 - <i>Os Últimos Cinco Dias</i>
16h25 - <i>Estrelas</i>
18h15 - <i>Amén</i>
20h45 - <i>Professor em Transformação</i> e <i>Nu entre Lobos</i>
SÁBADO (16)
14h30 - <i>Aleluia, Gretchen</i>
16h45 - <i>Moloch</i>
18h45 - <i>Lissy</i>
20h30 - <i>Brutalidade em Pedra: A Eternidade de Ontem</i> e <i>Amén</i>
DOMINGO (17)
14h05 - <i>A Rodovia do Reich</i>
15h55 - <i>David</i>
Sala Cinemateca: Largo Senador Raul Cardoso, 207, Vila Mariana, tel. 0/xx/11/5084-2177 ou 5081-2954.