As chances de reverter um infarto agudo do miocárdio são de quase 100% se o atendimento for feito dentro de três horas. Isso significa que 77 mil mortes por ano no Brasil poderiam ser evitadas. De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia, este é o total anual de vítimas de infarto no País.
- Se o Bussunda tivesse procurado um serviço apto a atender emergências cardiovasculares, com certeza, o caso poderia ter sido revertido - afirmou o cardiologista Sérgio Timerman, diretor do Laboratório de Emergências Cardiovasculares Instituto do Coração de São Paulo.
Atualmente, além do cateterismo, existem medicamentos que conseguem resolver o problema em minutos.
Um infarto pode ser revertido em até 12 horas, mas as chances de salvamento diminuem com o passar do tempo. "Tempo é músculo", alerta Timerman. A analogia do médico é para explicar que o coração, que é um músculo, fica enfraquecido após o infarto e vulnerável a problemas como a arritmia. Após um determinado período, ele não resiste e pára de bater.
Muitas vezes, as pessoas não procuram socorro porque não sabem diagnosticar os sintomas. O caso do humorista Bussunda, que morreu no último sábado vítima de um ataque cardíaco, é um exemplo. Após uma partida de futebol, começou a sentir tontura, cansaço e falta de ar, e confundiu com uma crise de asma (Bussunda era asmático). Inclusive, o excesso de esforço pode ter desencadeado o ataque.
Conforme o cardiologista Sérgio Timerman, pessoas que apresentam fatores de risco como colesterol alto, hipertensão e antecedentes familiares devem procurar socorro imediato ao sentir qualquer alteração.
- Não se deve negligenciar um cansaço súbito, nem uma dor de estômago - alerta o médico.