A sétima vítima brasileira dos ataques israelenses ao Líbano, Dibe Barakat, de 62 anos, morreu na madrugada desta quarta-feira (horário de Brasília) na cidade de Sultam, no Vale do Bekaa. A fábrica de móveis onde ele trabalhava foi atingida por mísseis israelenses, segundo informou o sobrinho dele, Muhamed Nagib Barakat. Segundo ele, sete pessoas ficaram feridas.
Dibe Barakat estava há mais de quatro anos em Sultam, cidade localizada a 70 quilômetros da capital libanesa, Beirute. Ele vivia com a esposa, dois filhos e netos. De acordo com Nagib, Barakat será enterrado no Líbano. Segundo Nagib, na última conversa que teve com o tio, na segunda-feira, Barakat não manifestou o desejo de voltar ao Brasil e disse que os ataques não estavam sendo direcionados a civis, só a pontos de guerra.
Nagib disse estar "indignado, revoltado e muito triste com a matança de seres humanos que não estão envolvidos com a guerra". Ele conta que a cidade onde seu tio vivia é "completamente desarmada" e lá vivem mais de mil brasileiros, o correspondente a 70% da população.
Nagib está a caminho de Brasília, onde participará, com seus familiares, de um encontro com o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, e o deputado federal Jamil Murad (PcdoB-SP).
- Nosso objetivo é pedir que o governo dê mais apoio à retirada de brasileiros no Líbano. A retirada está sendo feita de forma muito morosa.
Nesta terça-feira, os ataques também mataram o comerciante libanês naturalizado brasileiro Rodrigo Aiman Dahe, 35 anos, e um menino de oito anos, Bassel Tormos. Uma família de quatro brasileiros morreu na semana passada durante os bombardeios que começaram quando o grupo xiita Hizbollah, do sul do Líbano, capturou dois soldados israelenses. Em resposta, Israel ordenou os ataques militares a Beirute.