Rio de Janeiro, 21 de Dezembro de 2024

Morre mais uma criança indígena em Dourados

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Domingo, 17 de Abril de 2005 às 16:04, por: CdB

Mais uma criança indígena morreu neste sábado (16), no município de Dourados (MS), que já contabiliza 21 mortes por doenças decorrentes da desnutrição entre crianças de aldeias indígenas este ano. Desta vez, o índio da etnia guarani-kaiowá, Wagner Barbosa, de um ano e sete meses, morreu em decorrência de hidrocefalia. Ele nasceu com paralisia cerebral e, há três meses, estava internado na unidade especializada em tratamento de subnutridos da Missão Kaiowá, em Dourados. A subnutrição, entretanto, foi mencionada como uma das causas para a morte do índio.

Wagner Barbosa teve alta da unidade especializada na última quinta-feira (14), mas morreu em casa dois dias depois em conseqüência da hidrocefalia. Segundo o coordenador regional da Fundação Nacional da Saúde (Funasa) do Mato Grosso do Sul, Gaspar Francisco Hickmman, a morte não pode ser atribuída à desnutrição uma vez que a criança esteva internada por três meses com acompanhamento médico. "A causa principal da morte foi hidrocefalia. A desnutrição foi uma das causas, mas não foi a responsável, foi coadjuvante", ressaltou.

Gaspar Hickmman disse que a Funasa intensificou os trabalhos em Mato Grosso do Sul nas últimas semanas, especialmente no acompanhamento de índios internados em hospitais do estado. "Quando uma criança é internada, a responsabilidade passa a ser do hospital. Nós conseguimos colocar dois médicos para visitarem as crianças indígenas nos hospitais. Eles sugerem procedimentos, protocolos específicos. A criança com desnutrição precisa de um acompanhamento especial", ressaltou.

Outra medida emergencial adotada pela Funasa foi a instalação de pontos de abastecimento coletivos para água potável. Segundo Gaspar Hickmman, embora 40% das aldeias de Dourados tenham água potável, a maioria não recebe a água tratada em casa. "Temos sistema de água em todas as aldeias, mas isso não significa que a água chegue nas casas. Essa ação vai ser estendida para outras aldeias da região sul", revelou.

Nos próximos seis meses a Funasa pretende viabilizar obras que levarão água potável a 100% dos municípios de Mato Grosso do Sul. "Essa é uma ação a longo prazo. Enquanto isso, estamos atuando com ações emergenciais como a de abastecimento coletivo de água potável", ressaltou.

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