Rio de Janeiro, 21 de Dezembro de 2024

Moradores desocupam fábrica de tecidos no Complexo do Alemão

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Terça, 16 de Dezembro de 2014 às 09:28, por: CdB
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A Secretaria Estadual de Assistência Social informou que será feito um cadastramento socioeconômico para verificar quais são as pessoas que poderão ser enquadradas em programas sociais
Moradores da ocupação na fábrica de tecidos Tuffy deixaram o local sem confronto com a Polícia Militar (PM) na manhã desta terça-feira. De acordo com o presidente da Associação de Moradores, Carlos Alberto da Conceição, as famílias decidiram sair diante da promessa de que serão cadastradas para obter moradia. - Até o momento está tudo tranquilo. Estamos saindo numa boa porque falaram que iam cadastrar e ver a moradia, e não deixar ninguém na rua - disse o líder comunitário. Segundo ele, mulheres, idosos e crianças estão embarcando primeiro nos ônibus da Polícia Militar que levam as pessoas para o Olaria Atlético Clube. No local, o governo do Estado cadastrará as famílias. A Secretaria Estadual de Assistência Social informou que será feito um cadastramento socioeconômico para verificar quais são as pessoas que poderão ser enquadradas em programas sociais. Após o cadastramento, segundo a secretaria, quem tiver local para ficar será encaminhado de volta e quem não tiver poderá ser levado para abrigos da prefeitura. Carlos Alberto informou que há 1,8 mil famílias na ocupação da fábrica. A estimativa da PM, no entanto, disse que 400 famílias estão no local. Segundo os policiais, houve grande saída de moradores nesta segunda e terça-feira cedo, pois eles teriam sido avisados há cerca de uma semana. Os policiais chegaram ao Complexo do Alemão às 4h. Depois da saída dos moradores, a polícia entrou no local para conferir se ainda há pessoas e levou os pertences que restarem para um deposito na Tijuca. Desempregado, Alan Carlos, de 40 anos, vai ter que voltar para a casa do irmão, onde morava com a mulher e os três filhos antes de passar sete meses na ocupação. Como perdeu o emprego recentemente, ele ainda vai dar entrada no seguro desemprego, e conta apenas com esta renda para sustentar a família enquanto não encontrar outro trabalho: "Agora está nas mãos de Deus", diz ele, que não acredita que terá auxílio do governo e deixava a ocupação empurrando um carrinho com dois ventiladores. Ana Paula Borges, de 45 anos, foi para a ocupação para destinar os R$ 400 de aluguel que pagava em uma quitinete à alimentação e à compra de remédios, já que está afastada por licença médica. O marido, que trabalha em uma fábrica, ganha cerca de um salário mínimo. "Começamos a tirar ontem as coisas, porque soube da operação no fim de semana. Vou para a casa de uma amiga".
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