Moradores de Falluja, cidade que foi palco de intensos combates recentemente, ainda terão de esperar ao menos mais uma semana para voltar para casa, disse um oficial das Forças Armadas dos EUA.
Muitos dos que fugiram da cidade antes da invasão norte-americana, em novembro, mostram-se cada vez mais frustrados com o fato de que continuam morando em barracas montadas em campos de refugiados. Tendo saído de Falluja com pouco mais que as roupas do corpo, os moradores da cidade enfrentam dificuldades em meio à queda das temperaturas nesta época do ano.
A major Naomi Hawkins, oficial para assuntos civis encarregada de tratar do caso dos refugiados, disse no domingo que o regresso ainda demoraria para acontecer.
- A partir de hoje, de sete a 10 dias. Isso se deve à situação de insegurança na cidade - afirmou a militar
Combates continuam a acontecer em várias áreas da cidade, antes dominada por rebeldes. Os refugiados contam não ter relação nenhuma com os guerrilheiros que fizeram de Falluja sua base, e a insatisfação com os EUA vem aumentando. Algumas pessoas realizaram manifestações exigindo poder voltar para casa.
A ofensiva de novembro aconteceu como preparação para o pleito de janeiro no país. Mas a organização das eleições na cidade sunita está atrasada. Uma autoridade do Ministério da Saúde que visitou recentemente Falluja, onde centenas de casas foram destruídas, afirmou estar preocupado com a forma como as pessoas vão reagir ao ver a extensão dos danos. Cerca de 200 mil iraquianos fugiram dali.
Cada família deve receber 500 dólares ao regressar, mas não está claro quem tem a obrigação de pagar essa quantia, se os EUA ou o governo iraquiano. Também há indícios de que os guerrilheiros contrários às forças norte-americanas estão tentando retornar a Falluja para dar continuidade a sua luta.
Em cidades e vilarejos próximos, os insurgentes distribuíram panfletos mandando as pessoas ficarem afastadas porque os combates iriam se intensificar.