Ministros do Exterior árabes endossaram o conceito de democracia e de direitos humanos em um documento preparado para uma cúpula árabe que acontece nos dias 22 e 23 de maio em Túnis, na Tunísia, disse na segunda-feira o ministro das Relações Exteriores argelino.
Abdelaziz Belkhadem afirmou à imprensa, depois de um encontro de três dias na sede da Liga Árabe, que o documento também defende um sistema judiciário independente e maiores direitos civis, incluindo a posição da mulher no mundo árabe.
"O ponto mais importante da declaração é defender o desenvolvimento do sistema de governo e da sociedade civil árabes ... aprofundando a prática da democracia", disse Belkhadem.
Documentos da Liga Árabe raramente mencionam mudanças na política interna dos países árabes, geralmente consideradas questões domésticas.
Os ministros árabes negam, mas o documento em favor das reformas políticas coincide com a campanha do presidente dos EUA, George W. Bush, em favor da democracia no mundo árabe.
Uma cúpula árabe marcada para março, em Túnis, deveria apresentar uma resposta à oferta dos EUA, mas foi cancelada pelo governo tunisiano sob a alegação de que alguns países não estavam avançando nas propostas de reforma.
Os tunisianos querem que a cúpula confirme o conceito de democracia e de direitos civis, incluindo os da mulher. Alguns delegados árabes contestam a posição da Tunísia dizendo que o país está entre os mais repressores do mundo árabe.
Em um documento separado aprovado no encontro do Cairo, os ministros disseram que os países árabes estão comprometidos com reformas políticas, econômicas, sociais, culturais e educacionais para o bem do desenvolvimento.
Um trecho do documento afirma que os governos irão "reforçar a cidadania e a igualdade, aumentar a participação nos negócios públicos e apoiar a liberdade de expressão responsável".
O documento também menciona direitos humanos e o papel da mulher "de acordo com nossas crenças, valores e tradições culturais", sem fazer alusão direta à democracia.