Rio de Janeiro, 30 de Outubro de 2024

Ministro iraquiano quer júri de Saddam logo após eleições

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Segunda, 13 de Dezembro de 2004 às 17:54, por: CdB

Saddam Hussein, que foi capturado pelas forças norte-americanas há um ano, vai ser submetido a julgamento no Iraque por crimes contra a humanidade depois das eleições de 30 de janeiro, disse o ministro das Relações Exteriores, Hoshiyar Zebari, na segunda-feira.

Depois de uma audiência pela manhã com o papa João Paulo 2o., Zebari afirmou que disse ao Vaticano que os direitos humanos de Saddam e de seus aliados seriam respeitados.

"Asseguramos ao Vaticano que toda essa gente terá um julgamento justo ... Daremos a eles a mesma justiça que eles nos negaram", disse ele numa entrevista coletiva.

Quando questionado sobre o julgamento de Saddam, Zebari disse que ainda não havia uma "data específica" marcada.

"Só sei que vai ser depois da eleição. Espero que seja logo, semanas depois. Esse é meu desejo pessoal", disse.

O primeiro-ministro Iyad Allawi havia pedido em setembro que o julgamento de Saddam começasse antes da eleição. Na época, o administrador-chefe do tribunal, Salem Chalabi, acusou Allawi de querer usar o júri para aumentar sua popularidade e de pretender transformá-lo num espetáculo.

O vice-premiê, Barham Salih, disse no mês passado que o caso de Saddam exigia mais tempo que outros parecidos, por causa de sua complexidade.

"Esse julgamento é uma coisa importante para nós, para comprovar nossa credibilidade. Vai ser aberto. Vai ser justo. Vai ser transparente", disse Zebari a repórteres.

O júri de Saddam pode ser precedido pelo julgamento de dois de seus principais aliados, incluindo Ali Hassan al-Majid, o "Ali Químico," pelo envenenamento de curdos e iranianos com gás tóxico.

Saddam recebeu várias visitas do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, mas não teve direito a um advogado. Outros prisioneiros reclamam da mesma coisa.

No domingo, um padre católico disse que havia estabelecido uma equipe italiana jurídica para dar aconselhamento de graça ao ex-vice-premiê de Saddam, Tareq Aziz, que é cristão. O padre, Jean-Marie Benjamin, disse que tinha o apoio do Vaticano.

Questionado sobre o caso, Zebari disse: "Essa gente, Aziz, Saddam Hussein e outros, tem acesso pelos canais adequados à Cruz Vermelha... Eles são livres para se comunicar com suas famílias, com sua gente, enviar cartas e assim por diante."

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