Os militares que nesta quarta-feira tomaram o poder em São Tomé e Príncipe criaram uma "Junta de Salvação" e divulgaram um comunicado no qual se comprometem a respeitar os princípios democráticos, apelando à comunidade internacional para que não intervenha.
No comunicado, a intitulada Junta Militar de Salvação Nacional refere que anunciará, nas próximas horas, "os órgãos e entidades que irão dirigir os destinos do país no período de transição".
O documento, lido na Televisão Nacional por um jornalista acompanhado no estúdio por militares, declara que "estão destituídos todos os órgãos de soberania do país" e que os seus "antigos titulares estão sob tutela da Junta e garantida a sua total integridade física".
Declarando-se "interessados no bem-estar do povo são-tomense", os golpistas afirmam no texto que a intentona é "um reflexo das difíceis condições sócio-econômicas que o país atravessa" e da "instabilidade política instaurada pelo poder cessante".
Um grupo de militares liderados pelo major Fernando Pereira lançou nesta quarta-feira de madrugada, às 03:00 locais, um golpe de Estado com a detenção da primeira-ministra, Maria das Neves, e de três ministros do seu governo.