Um grupo de supostos militantes islâmicos presos na Itália e na Bélgica poderia estar planejando um ataque contra o quartel-general da OTAN ou contra o Parlamento Europeu, disse nesta quarta-feira o jornal italiano Corriere della Sera.
Citando investigadores italianos, o Corriere disse que um dos supostos mentores dos atentados de março em Madri, que está entre os presos nesta terça-feira, queria viajar da Itália para a Bélgica possivelmente para participar de um ataque contra um alvo "simbólico".
Rabei Osman Sayed Ahmed, conhecido como "Mohamed, o egípcio", foi preso nesta terça com outro suspeito em Milão, e a polícia belga, agindo com pistas da polícia italiana, prendeu outras 15 pessoas que estariam se preparando para realizar um ataque. O ministro do Interior da Itália, Giuseppe Pisanu, disse que Ahmed integra um "perigoso grupo de terroristas próximos da Al Qaeda".
Segundo o Corriere, investigadores italianos acreditam que o alvo simbólico do ataque seria o quartel-general da OTAN em Bruxelas, ou o Parlamento Europeu, que tem o edifício principal em Estrasburgo, na França, e escritórios em Bruxelas
Os investigadores em Milão e Bruxelas não estavam disponíveis para comentar o fato. Um porta-voz da OTAN, aliança militar ocidental dominada pelos EUA, recusou-se a comentar a reportagem do Corriere, mas lembrou que o nível de segurança no complexo em Bruxelas esteve relativamente baixo nas últimas semanas e continuaria assim.
O Corriere publicou trechos de conversas telefônicas interceptadas pela polícia, nas quais Ahmed incentivava outras pessoas a realizar ataques suicidas e assumia responsabilidade pelos ataques em Madri, que mataram 191 pessoas.
"Nós, jovens, devemos ser os primeiros a nos sacrificarmos...porque Deus nos coloca sob teste, testa a fé de todos nós", teria dito Ahmed ao homem que o prendeu em Milão na terça-feira. "Há apenas uma solução, aderir à Al Qaeda", disse, segundo o jornal. Ahmed acrescentou: "O ataque em Madri foi um projeto meu e aqueles que morreram eram meus amigos queridos".
Autoridades espanholas ligaram Ahmed a Serhane ben Abdelmajid Farkhet, conhecido como "o tunisiano" e considerado o líder do grupo que realizou os ataques em Madri. Farkhet, de 35 anos, morreu em 3 de abril, quando ele e outros seis suspeitos explodiram a si mesmos em um apartamento de um subúrbio de Madri que estava cercado pela polícia.