Autoridades européias decidiram, nesta quarta-feira, que a Microsoft quebrou leis antitruste e será multada em 497,2 milhões de euros (611,8 milhões de dólares). A Comissão Européia ordenou ainda que a Microsoft ofereça uma versão do sistema operacional Windows sem o aplicativo de mídia Windows Media Player dentro de 90 dias. A empresa também terá que, em 120 dias, disponibilizar informações sobre seus produtos a fabricantes rivais de software para servidores.
Esta é a maior multa já aplicada pela UE a uma empresa. O laboratório suíço Roche teve que pagar 462 milhões de euros (mais de R$ 1,6 bilhão) após um escândalo envolvendo a fixação dos preços de pílulas de vitaminas.
Altos prejuízos
Estima-se que a Microsoft tenha em caixa cerca de US$ 50 bilhões (R$ 145 bilhões). Por isso, uma multa tão alta não deve prejudicá-la economicamente.
A empresa deixou claro que pretende recorrer da punição. Com isso o processo, que já dura cinco anos, pode demorar ainda mais para ser concluído.
Além de multar a Microsoft, o comissário que lida com a competição da UE, Mario Monti, estabeleceu limites para a inclusão de software e outros serviços no sistema de operações Windows, que é uma parte importante da estratégia comercial da Microsoft.
Uma nova discussão sobre o tema deve acontecer na próxima segunda-feira. A UE deseja que a Microsoft estabeleça algumas restrições. Segundo a visão da comissão para competição, a Microsoft "é um monopólio abusivo".
O sistema operacional Windows existe em mais de 90% dos PCs do mundo, o que torna a Microsoft extremamente influente sobre que software os usuários devem colocar em seus computadores.
A empresa pode ser obrigada a compartilhar detalhes operacionais com as empresas rivais, com o objetivo de facilitar a inclusão de programas concorrentes em PCs.