O México retirou seu embaixador em Havana e acusou Cuba de interferir em seus assuntos domésticos. O incidente diplomático começou com o apoio do México, no mês passado, a uma censura contra Cuba no organismo de direitos humanos da ONU.
O Peru, que também criticou a questão dos direitos humanos na ilha, retirou seu enviado neste domingo, após fortes críticas do presidente Fidel Castro, durante um discurso em Havana pelo Dia do Trabalho.
- O México não tolera e não vai tolerar, sob qualquer circunstância, qualquer governo estrangeiro tentado afetar nossas decisões sobre política externa ou interna - disse o ministro das Relações Exteriores, Luis Ernesto Derbez, em entrevista coletiva.
O México pediu para Cuba retirar seu enviado da Cidade do México dentro de 48 horas, acrescentou o ministro. Um porta-voz do governo cubano disse que Havana não tinha comentários imediatos a fazer sobre a decisão mexicana.
Por décadas, o México foi um tradicional aliado de Havana, mas as relações ficaram abaladas no governo de Vicente Fox, que aproximou ainda mais o México dos EUA, desde que chegou ao poder em 2000.
Em seu discurso, Fidel criticou o México por ter votado contra Cuba, afirmando que o prestígio do país no mundo "virou pó". Ele também criticou Lima, dizendo que o Peru é um exemplo de "desgraça e dependência" deixado pelas políticas neoliberais. Fidel criticou o presidente peruano, Alejandro Toledo, classificando-o como um homem que "não faz e não pode dirigir nada".