Segundo a Ecovias, concessionária que administra o Sistema Anchieta-Imigrantes (SAI), como a manifestação já estava prevista, o tráfego nessa via já tinha sido desviado para a pista central
Por Redação, com ABr - de São Paulo:
Uma pista da via Anchieta, na altura do quilômetro 23, sentido capital, ficou ocupada desde às 7h45 desta quarta-feira, por um grupo de pessoas em ato convocado pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC contra o processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff. A rodovia liga a capital paulista ao litoral do Estado.
Segundo a Ecovias, concessionária que administra o Sistema Anchieta-Imigrantes (SAI), como a manifestação já estava prevista, o tráfego nessa via já tinha sido desviado para a pista central e não houve impacto sobre a circulação de veículos no acesso aos bairros e empresas localizadas naquela região.
A Ecovias estima, com base em informações da Polícia Rodoviária, que o ato reuniu cerca de 300 pessoas. Já o Sindicato da categoria fala em cerca de 2 mil pessoas entre trabalhadores, lideranças sindicais e partidárias, movimentos sociais e militância da região.
Pernanbuco
Em dia de mobilização contra o impeachment da presidenta Dilma Rousseff (PT), Pernambuco amanheceu com vários bloqueios de estradas feitos por sindicatos e movimentos sociais que participam da Frente Brasil Popular. Algumas categorias paralisaram atividades. No Recife, o metrô fechou a partir de 9h, e só voltou a funcionar no fim da tarde.
O principal bloqueio foi o da BR-101, em Jaboatão dos Guararapes, próximo à fábrica da Vitarella. Sindicatos da área industrial, representantes dos petroleiros, químicos e da borracha se juntaram a movimentos sociais, como o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), para obstruir os dois sentidos da via e, assim, dificultar o acesso ao Porto de Suape, um dos escoadouros da produção nacional. Uma via menor, a estrada de Curcurana, também foi bloqueada para evitar a chegada ao porto.
Pneus, fogo e madeira foram usados para impedir a passagem nas rodovias. As faixas mostravam mensagens contra o que a Frente Brasil Popular chama de golpe, já que, na posição deles, não há base jurídica para o afastamento da presidenta. As placas criticavam possíveis perdas de direitos trabalhistas e projetos sociais caso o vice-presidente Michel Temer (PMDB) ocupe o lugar de Dilma.
Os protestos começaram no amanhecer de terça-feira e foram até 10h, aproximadamente. A Polícia Militar (PM) usou bombas de efeito moral e gás de pimenta no ato para dispersar os manifestantes, segundo trabalhadores presentes. “Já estávamos saindo, não havia a necessidade disso”, disse Luiz Lourenzon, diretor do departamento jurídico do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria do Petróleo de Pernambuco e Paraíba (Sindipetro-PE/PB).
De acordo com Jaime Amorim, da direção estadual do MST, foram fechados pontos na BR-101, em Goiana; na BR-232, e na altura de Pesqueira, km 200. Já o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) bloqueou a BR-232 em Caruaru, segundo Marcos Cosmo, coordenador nacional da organização.
Categorias paradas
Também ocorreram paralisações de segmentos dos trabalhadores, em Pernambuco. Os metroviários do Recife pararam por decisão tomada em assembleia. “A categoria, seguindo orientação da Central dos Trabalhadores, adere a esse movimento contra o impeachment da presidenta Dilma Rousseff. A gente entende que é um processo danoso para a sociedade, um golpe”, afirmou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Metroviárias e Conexos do Estado de Pernambuco (Sindmetro-PE), Diogo Morais, que representa cerca de 2 mil funcionários públicos da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU)
Na convocação para a assembleia, realizada na última sexta-feira, um trecho do texto diz que “os ataques contra os funcionários públicos e a classe trabalhadora de modo geral, vão se aprofundar se o projeto privatista e liberal do PMDB e seus aliados for implantado. Ataques contra direitos como o 13º salário minimo, entrega do metrô aos empreiteiros e o fim dos concursos públicos”.
Com isso, o metrô da capital pernambucana permaneceu fechado em boa parte do dia de terça-feira. Para garantir o funcionamento do metrô, pelo menos em horários de maior movimento, a assessoria de imprensa da CBTU em Pernambuco informou que funcionários com cargo de confiança foram escalados para se juntar a quem não aderiu e operar de 5h às 9h e de 16h às 20h.
O Sindicato dos Bancários de Pernambuco concentrou as atividades nas agências bancárias da Avenida Conde da Boa Vista – uma das principais do Recife. Todo o atendimento foi paralisado até ao meio dia de terça, voltando a funcionar normalmente depois. De acordo com Ronaldo Coredeiro, diretor de bancos privados do sindicato, eles foram para a porta dos bancos a fim de explicar à população o motivo da mobilização. “É contra o golpe e a ponte do futuro de Temer. Ele prevê terceirização, e os bancários não aceitam isso”, disse.
Segundo Carlos Veras, presidente estadual da Central Única dos Trabalhadores (CUT), ainda não há um balanço preciso da paralisação, mas ele acrescentou que servidores públicos de esfera municipal, estadual e federal aderiram, além de alguns segmentos de rodoviários, que atrasaram a saída de ônibus da garagem.