Rio de Janeiro, 21 de Dezembro de 2024

Mercado espera inflação de um dígito este ano

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Segunda, 11 de Agosto de 2003 às 07:47, por: CdB

O mercado reduziu novamente sua previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2003 e agora prevê, pela primeira vez no ano, uma inflação de apenas um dígito para o período.
Uma sondagem do Banco Central (BC) mostrou nesta segunda-feira que a mediana das estimativas de quase 100 instituições financeiras para o IPCA de 2003 caiu de 10,02 por cento na semana anterior para 9,93 por cento.

Esta é a décima semana consecutiva de queda dos prognósticos, que já estão abaixo da projeção do próprio BC, que é de 10,2 por cento, e se aproximam da meta de inflação do governo para este ano, de 8,5 por cento.
"Há até uma certa chance de a gente cumprir a meta este ano, se o IPCA (mensal) continuar surpreendendo para baixo", disse Nelson Luiz Bastos Carneiro, analista econômico da consultoria Global Invest.

"Mas isso não é nenhum crédito para os condutores da política monetária... significa que a economia está muito mal, muito fraca", acrescentou ele, referindo-se à baixa demanda que, abatida pelos altos juros, inibe o repasse de preços.

Nos primeiros sete meses do ano o IPCA acumula uma alta de 6,85 por cento.

A primeira previsão do relatório para a inflação de 2003 divulgada este ano apontava para uma taxa de 11 por cento. Em março, as estimativas atingiram um pico, a 12,52 por cento. No ano passado, a inflação foi de 12,53 por cento.

A melhor perspectiva inflacionária se deve à política monetária apertada praticada pelo BC desde o final do ano passado. Os juros foram elevados em 8,5 pontos percentuais entre outubro de 2002 e fevereiro deste ano. Após dois cortes feitos desde junho, a taxa situa-se atualmente em 24,5 por cento.

A pesquisa do BC mostrou ainda que as instituições revisaram para baixo a previsão do Produto Interno Bruto (PIB), de 1,56 para 1,5 por cento, em razão dos efeitos negativos desse aperto monetário que ajudou a controlar a inflação.

Os prognósticos para a inflação em 2004 foram mantidos em 6,5 por cento pela segunda semana consecutiva. A estimativa coloca a inflação um pouco acima do centro da meta do próximo ano de 5,5 por cento.

O BC é mais otimista com a inflação em 2004 e espera uma taxa de 4,2 por cento.

Para a inflação nos próximos 12 meses as estimativas foram elevadas de 6,20 para 6,64 por cento.

Em agosto, as instituições vêem uma inflação de 0,60 por cento, previsão levemente acima da de 0,57 por cento da semana passada e superior à taxa de 0,20 por cento observada em julho.

A expectativa para o câmbio no final deste ano teve uma leve queda de 3,18 para 3,15 reais. No fim de 2004 o mercado vê um câmbio de 3,41 reais, também abaixo do prognóstico da semana passada, de 3,44 reais.

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