Rio de Janeiro, 20 de Janeiro de 2025

Mercado armamentista na América Latina ainda é cauteloso

Arquivado em:
Quinta, 28 de Abril de 2005 às 13:53, por: CdB

Os orçamentos de defesa dos países latino-americanos podem ser escassos, mas os fabricantes internacionais de armas ainda enxergam oportunidades de venda na região, diante dos problemas de segurança da atualidade.

Seria equivocado, no entanto, falar em corrida armamentista, afirmaram fontes da indústria, mesmo com a preocupação norte-americana com as recentes compras de armamentos feitas pelo presidente da Venezuela, Hugo Chávez.

- Consideramos a região toda muito importante para nossas exportações - disse um representante da Rosoboronexport, a agência de vendas de equipamentos de defesa da Rússia.

- Temos todo tipo de arma e equipamentos, e todos podem ser exportados, portanto fornecemos para qualquer um.

O representante, que não quis ser identificado, estava presente a uma feira aérea e de defesa no Rio de Janeiro (Latin America Aero & Defense). Helicópteros, sistemas de vigilância, capacetes e pistolas estavam entre os produtos expostos para delegações militares.

O Brasil, depois de muita hesitação, cancelou a licitação no valor de cerca de 700 milhões de dólares para a compra de novos caças. Empresas do Brasil, da França, da Rússia, da Suécia e dos EUA haviam competido para fechar aquele que seria um dos maiores contratos de armas da história da América Latina.

A Venezuela, enquanto isso, assustou os Estados Unidos com a iniciativa de comprar 100 mil fuzis e uma frota de helicópteros da Rússia, além de caças do Brasil e barcos e aviões da Espanha. Autoridades norte-americanas criticaram a Rússia e a Espanha, que responderam dizendo que as vendas são legítimas e suprem as necessidades de defesa venezuelana.

Vários países têm de renovar equipamentos ultrapassados. O Brasil, a Argentina, o Chile e outras nações participam de operações de paz pelo mundo, criando oportunidades de negócios.
A Rosoboronexport mantém hoje escritórios no Brasil, na Colômbia, no México, no Peru, em Cuba e no Uruguai, e no ano passado abriu um serviço de manutenção de helicópteros no México.

O equipamento russo exibido na exposição incluía uma série de aviões Sukhoi e veículos blindados apropriados para forças de paz, disse a fonte.

Outro representante russo afirmou que o país está conversando com o Chile sobre o sistema de defesa aérea Buk-M1-2. O vice-ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Kislyak, disse em Caracas no mês passado que a Rússia quer reforçar sua cooperação militar com a Venezuela.

Israel, que tradicionalmente participa do mercado latino-americano, tinha 10 empresas na exposição, sob o comando da agência estatal Sibat.

- É um mercado muito interessante para nós hoje porque neste continente há muita atividade de defesa que pode se beneficiar da experiência que acumulamos em Israel quanto ao controle de fronteiras, à segurança interna e o combate a guerrilhas - disse o major-general aposentado Yosi Ben-Hanan.

Segundo ele, México, Colômbia, Chile e Brasil mostraram interesse nos sistemas de defesa. Ben-Hanan afirmou que Israel estava oferecendo modernizar tanques, navios e aeronaves, em vez de substituí-los. 

O Brasil vai acabar tendo que substituir seus caças, mesmo que seja com aviões de segunda-mão, disse o ministro da Defesa, José Alencar, na abertura do evento. A Grã-Bretanha está entre os países que vêem a América Latina como um mercado em expansão para equipamentos usados, e já vendeu navios para o Chile, que quer proteger suas águas da pesca ilegal.

A Argentina planeja gastar 800 milhões de dólares em sistemas de radar para controlar seu espaço aéreo, e está comprando cinco corvetas para se proteger da pesca ilegal, disse o ministro José Pampuro numa entrevista para o Defense News.

A Colômbia, que conta com um forte apoio dos EUA na luta contra os guerrilheiros de esquerda, anunciou planos de gastar 540 milhões de dólares com a força aérea.

De acordo com o Instituto Internacio

Tags:
Edições digital e impressa
 
 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo