A política econômica entrou em debate nesta terça-feira no Senado, com a presença do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, na Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO), com representantes de três comissões da Câmara e das Comissões de Assuntos Econômicos (CAE) e de Fiscalização e Controle (CFC) do Senado.
A presença de Meirelles no Congresso Nacional destina-se a colocar em prática dispositivo da Lei de Responsabilidade Fiscal segundo o qual o Banco Central apresentará, no prazo de 90 dias após o encerramento de cada semestre, uma "avaliação do cumprimento dos objetivos e metas das políticas monetária, creditícia e cambial". Ainda segundo a lei, a instituição deverá mostrar o impacto e o custo fiscal de suas operações e os resultados obtidos nos balanços.
Durante o encontro, o presidente do Banco Central expôs a deputados e senadores a sua posição a respeito de temas como a taxa de juros e a cotação do dólar. Meirelles tem defendido a recente elevação dos juros, em função da necessidade de manter os preços sob controle. Após o recente reajuste dos preços dos combustíveis, analistas econômicos têm indicado a elevação do risco de descumprimento das metas de inflação.
A política cambial, que também foi debatida durante a reunião, tem sido criticada principalmente por exportadores, temerosos de perder mercados com o que classificam de sobrevalorização do real. Assim como no caso dos juros, porém, a atual cotação do dólar tem exercido um papel importante, segundo o governo, no controle da inflação.