A velocista americana Marion Jones, ganhadora de três medalhas de ouro nas Olimpíadas de Sydney, foi obrigada a comparecer a um tribunal de São Francisco devido à sua ligação com o laboratório Balco, acusado de ter criado o novo esteróide anabolizante tetraidrogestrinona, o THG, revelou nesta sexta-feira a imprensa local.
De acordo com jornais da Califórnia, a velocista não quis fazer qualquer declaração ao sair do tribunal na quinta-feira. "Não posso fazer comentários. Se pudesse, o faria, mas não posso", alegou Jones.
A Agência Mundial Antidoping (AMA) anunciou na semana passada que o THG passou a integrar a sua lista de substâncias proibidas.
A tricampeã olímpica em Sydney em 2000 foi convocada pelo tribunal para explicar por que ela constava de uma extensa lista de clientes do laboratório Balco.
Além do velocista Tim Montgomery, companheiro de Marion Jones, o arremessador Kevin Toth e a atleta Regina Jacobs já prestaram depoimento no tribunal.
Jones está dentro de um grupo que inclui ainda cinco jogadores da liga dos Estados Unidos de Futebol Americano (NFL, na sigla em inglês).
Os nomes de Toth e Jacobs foram mencionados pela imprensa americana por, aparentemente, terem utilizado o THG durante os campeonatos locais de atletismo organizados em junho passado.
O velocista britânico Dwain Chambers, co-recordista europeu dos 100 metros (9.87), também teve teste positivo para a mesma substância, segundo o seu próprio advogado. O atleta poderá ser penalizado com uma suspensão de até dois anos.
A descoberta do THG, um esteróide sintético até agora não detectável em exames convencionais, foi anunciada em 16 de outubro passado pela Agência Antidoping Americana (Usada, na sigla em inglês).
O importante FDA - o referente nos Estados Unidos ao brasileiro Ministério da Saúde - afirmou no final de outubro que o THG é uma droga e não um suplemento alimentar, como alegara o laboratório Balco.