Na ocasião, estavam presentes, além de Temer, então vice-presidente, o hoje chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha. Durante o encontro, segundo os delatores, foi acertado o pagamento para o peemedebista
Por Redação - de Curitiba
Ex-presidente e herdeiro do grupo que leva seu sobrenome, Marcelo Odebrecht falou à força-tarefa da Operação Lava Jato, na noite passada. Ele confirmou a versão do ex-executivo da empreiteira Cláudio Melo Filho sobre pagamento de R$ 10 milhões ao PMDB feito a pedido do presidente de facto, Michel Temer. Odebrecht confirmou o episódio do jantar no Palácio do Jaburu, em maio de 2014.
Na ocasião, estavam presentes, além do então vice-presidente, o hoje chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha. Durante o encontro, segundo os delatores, foi acertado o pagamento para o peemedebista. Marcelo, que fechou acordo de delação premiada, depôs por pouco mais de três horas, em Curitiba. De acordo com procuradores, a delação continuou na véspera e deverá durar mais três dias.
Perguntas barradas
Na delação anterior, o delator Cláudio Melo Filho apresentou, provas da propina destinada a Temer, incluindo um email de Marcelo Odebrecht (MO). A mensagem comprova que os R$ 10 milhões pedidos por Michel Temer à empreiteira no Jaburu foram propina. No e-mail, Odebrecht revela que o pagamento a MT (Michel Temer) ocorreu depois de "muito choro”. E afirmou que este seria o último pagamento ao time dele.
Segundo os delatores, o dinheiroi foi dividido com Eliseu Padilha, chefe da Casa Civil, José Yunes, amigo e parceiro de Temer, e Eduardo Cunha, que, nas perguntas que tentou enviar a Temer, mas que foram barradas por Sergio Moro, o questionou sobre essa doação.
"Marcelo não deu detalhes sobre a operacionalização do dinheiro que, de acordo com Melo Filho, foi feita por Padilha. Segundo o ex-executivo, o hoje ministro do governo pediu que parte dos recursos fosse entregue no escritório de José Yunes, assessor e amigo de Temer, em São Paulo.
Temer, Padilha e Yunes negam ter praticado qualquer tipo de irregularidade e a empreiteira não se manifesta sobre o teor dos acordos.
O ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki, concluídos os depoimentos, decidirá por homologar, ou não, os acordos.