Mantega garante que o Brasil 'vai continuar crescendo'
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Quarta, 02 de Abril de 2014 às 11:02, por: CdB
Ministro da Fazenda, Guido Mantega afirmou, nesta quarta-feira, em entrevista a jornalistas que o governo federal propôs o adiamento da votação no Congresso da mudança nos parâmetros de cobrança de juros da dívida de Estados e municípios com a União. Segundo Mantega, o governo quer deixar "em suspenso" o projeto de lei que deixa dúvidas quando ao desdobramento do endividamento de Estados e municípios, diante de interpretações de que agentes econômicos de que isso poderia comprometer a meta fiscal.
O ministro reafirmou que a meta de superávit primário de 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB) para 2014 será cumprida e afirmou, ainda, que mesmo que haja inflação, o mais importante é que o poder aquisitivo da população suba acima do aumento de preços e que a inflação não ultrapasse o patamar de 5,5% a 5,7%.
Questionado sobre a confiança de investidores no Brasil, Mantega disse que o investimento estrangeiro direto é o melhor termômetro sobre isso, e que "continuamos tendo grande fluxo de capital".
– Existe confiança de que o Brasil tem um grande mercado e vai continuar crescendo – afirmou o ministro.
Audiências
Ainda nesta manhã, Mantega soube que as audiências públicas com ele e o ex-diretor financeiro da BR Distribuidora Nestor Cerveró, convidados pela Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados para prestar esclarecimentos sobre as denúncias de irregularidades na Petrobras, foram marcadas para os dias 16 e 23 de abril, respectivamente.
Cerveró manifestou interesse em participar da audiência para dar sua versão dos fatos sobre a compra de refinaria em Pasadena (EUA) pela Petrobras, informou o gabinete do deputado Vanderlei Macris (PSDB-SP). Mantega, atual presidente do Conselho de Administração da Petrobras, deve ser questionado pelos deputados também sobre o recente rebaixamento do rating soberano do Brasil pela agência de risco Standard and Poor's.
A Comissão de Fiscalização Financeira e Controle aprovou em março os convites a ambos para que expliquem a polêmica compra da refinaria de Pasadena, no Texas. Por se tratar de convite, eles não são obrigados a participar.
A Petrobras adquiriu 50% da refinaria em 2006 por US$ 360 milhões. Mas em seguida passou por uma batalha judicial com o parceiro no projeto, a Astra, que possuía os 50% restantes, e acabou sendo obrigada a desembolsar em 2012 mais US$ 820 milhões para ficar com a totalidade da refinaria.
Investigações do Tribunal de Contas da União (TCU) apontaram que a refinaria tinha sido vendida no ano anterior, em 2005, por menos de US$ 50 milhões, ante um total desembolsado pela estatal brasileira de US$ 1,2 bilhão ao longo dos últimos anos.