Manifestação contra morte de moradora do Congonha volta a fechar avenida

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Publicado terça-feira, 18 de março de 2014 as 11:16, por: CdB
Com o fechamento da avenida, o trânsito ficou parado e muitos passageiros preferiram descer dos ônibus e seguir a pé
Com o fechamento da avenida, o trânsito ficou parado e muitos passageiros preferiram descer dos ônibus e seguir a pé

Moradores do Morro da Congonha e do Morro do Cajueiro, em Madureira, Zona Norte do Rio, fecharam no fim da noite desta segunda-feira, a Avenida Edgard Romero, uma das principais da região, em protesto contra a morte de Cláudia da Silva Ferreira.

Ela foi baleada no domingo, durante operação da Polícia Militar (PM) no Morro da Congonha. Os policiais colocaram a vítima no porta-malas de uma viatura, que acabou se abrindo, jogando o corpo para fora.

Com o fechamento da avenida, o trânsito ficou parado e muitos passageiros preferiram descer dos ônibus e seguir a pé. Os moradores da Congonha e também do vizinho Morro do Cajueiro fizeram fogueiras com pneus, plásticos e madeiras no meio da pista. Em uma rua transversal que dá acesso à favela, mais fogueiras foram acesas, impedindo o tráfego de veículos. Os policiais do 9º Batalhão da Polícia Militar (Rocha Miranda) não interviram no protesto, limitando-se a observar os moradores. O trânsito na Avenida Edgar Romero foi liberado às 18h30.

O secretário estadual de Segurança, José Mariano Beltrame, disse, em nota, que “repudia a conduta dos policiais”. De acordo com a Secretaria de Estado de Segurança Pública, um Inquérito Policial Militar (IPM) foi instaurado e a Polícia Civil também investiga o caso.

O advogado Marcos Espínola, que defende um dos PMs envolvidos, afirmou em nota que o episódio ocorrido com Cláudia foi um “acidente” e que sua morte não foi ocasionada pelo incidente na viatura. Para ele, “em nenhum momento os policiais contribuíram para o óbito da vítima”. Segundo o advogado, “Claudia foi colocada na parte de trás do carro porque a viatura estava com armamentos no banco traseiro e a viela estreita impedia a abertura das portas laterais”.

Disparo acidental 

Quatro policiais militares ficaram feridos por estilhaços de bala, disparada acidentalmente ao fim de um treinamento do Batalhão de Operações Especiais (Bope) no Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Segundo a assessoria de imprensa da Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP), os ferimentos foram superficiais.

O acidente ocorreu quando, ao desembarcar do caminhão do Bope, já na sede da CPP, a arma de um dos policiais ficou presa na estrutura do veículo, caiu no chão e disparou. Os quatro feridos foram levados à Unidade de Pronto-Atendimento do Alemão, medicados e liberados em seguida.

O Bope começou a treinar 100 policiais de unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) depois que o tenente Leidson Acácio, subcomandante da UPP da Vila Cruzeiro, uma das oito unidades instaladas nos complexos do Alemão e da Penha, foi assassinado por criminosos durante uma perseguição, na semana passada. Além do treinamento, a Secretaria de Segurança resolveu reforçar o policiamento com mais 300 homens, além dos 2.100 que já patrulham a região.