Rio de Janeiro, 22 de Dezembro de 2024

Maliki diz que Iraque não vai enfrentar uma guerra civil

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Segunda, 24 de Julho de 2006 às 07:36, por: CdB

O primeiro-ministro do Iraque, Nuri al-Maliki, voltou a afirmar nesta segunda-feira que o país não mergulharia em uma guerra civil, mas reconheceu que a crescente violência sectária estava matando, em média, 100 civis por dia.

Três bombas mataram ao menos 62 pessoas em Bagdá e em Kirkuk à véspera da primeira viagem do premiê ao Ocidente como líder de um governo de unidade nacional.

A caminho dos Estados Unidos, onde deve se reunir com o presidente norte-americano, George W. Bush, Maliki parou em Londres para encontrar o premiê da Grã-Bretanha, Tony Blair.

Os dois países ocidentais respondem pelo grosso dos 140 mil soldados estrangeiros cuja presença no Iraque não conseguiu, até agora, colocar fim à onda de assassinatos, atentados e ataques.

Na região leste de Bagdá, veículos destruídos davam idéia da violência de uma das explosões, que matou 34 pessoas. Poças de sangue espalhavam-se pela área.

- Há uma questão sectária, mas os dirigentes políticos trabalham para resolver essa questão - afirmou Maliki à rádio BBC.

- A guerra civil não se instalará no Iraque - disse.

Mas, reservadamente, mesmo autoridades iraquianas do primeiro escalão já se referem aos conflitos nesses termos.

1 Se isto não for uma guerra civil, então não sei o que é - disse um importante membro do governo no domingo.

Maliki confirmou dados divulgados pela Organização das Nações Unidas (ONU) mostrando que, em média, cem civis foram mortos no Iraque todos os dias em maio e em junho.

Questionado sobre por quanto tempo o Iraque precisaria da presença dos militares estrangeiros, o premiê respondeu prever que, até o final do ano, as forças de segurança iraquianas teriam uma maior habilidade de vigiar o país.

- Certamente, isso não levará décadas. Nem mesmo anos - afirmou.

- Há certos aspectos de nossas forças locais que precisam ser melhorados. Quando isso acontecer, os soldados estrangeiros começarão a se retirar - disse.

Segundo Maliki, desarmar as milícias étnicas era um passo fundamental nesse processo e o governo pretendia fazê-lo.

- Chegamos a um acordo no governo a respeito da necessidade de enfrentá-las (as milícias) e de lidar com elas - afirmou.

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