O atraso de mais de uma hora do presidente Luís Inácio Lula da Silva em sua chegada ao Egito e falhas da tradução durante a apresentação conjunta do presidente com o seu colega Hosni Mubarak causaram constrangimentos na quarta etapa do giro do presidente pelo Oriente Médio.
Mubarak não escondeu a sua impaciência durante a apresentação que os dois presidentes fizeram à imprensa nesta segunda-feira.
Um jornalista pediu para que ele comentasse o fato de o Brasil e o Egito terem posições semelhantes sobre a questão palestina, a disputa na OMC (Organização Mundial do Comércio) entre países desenvolvidos e em desenvolvimento, e o desejo comum dos dois países de se tornarem membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU.
O presidente egípcio, inicialmente, não entendeu a tradução. Quando a pergunta foi repetida, em inglês, ele demonstrou acreditar que a questão fosse vaga demais.
Mubarak teve que viajar à Europa nesta segunda-feira, e encerrou rapidamente a conversa com os jornalistas.
A tradução, feita por um funcionário vinculado ao Itamaraty, também foi problemática. Em um momento o intérprete errou a data da visita de Dom Pedro 2º à região, trocando 1876 por 1976, ao que os jornalistas egípcios contestaram e corrigiram.
O tradutor também excluiu partes do discurso de Lula, como por exemplo o trecho em que ele falou sobre a alegria de estar no Egito.