Embora possa ter sua prisão decretada a partir do próximo dia 24 de Janeiro, Lula concorrerá à reeleição.
Por Redação - de São Paulo
A candidatura à Presidência em 2018 do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ocorrerá, com ou sem a possível condenação em Segunda Instância. O novo julgamento, que poderá determinar a prisão do líder petista, ocorrerá no dia 24 de Janeiro. Nessa data, os desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-IV), em Porto Alegre, votarão os recursos que a defesa do petista apresentou. Lula recorreu da condenação a nove anos e meio de prisão.
O juiz Sergio Moro, titular da Operação Lava Jato, em Primeira Instância, entendeu que Lula obteve vantagens indevidas da OAS. Ele o condenou por suposta promessa de compra e reforma de um tríplex no Guarujá, litoral paulistano. As possibilidades após o veredito do TRF vão da absolvição a uma campanha eleitoral em 2018 com liminares e recursos.
Democratização da mídia
Em discurso na noite passada, num ato para professores em Piracicaba, interior paulista, Lula afirmou, mais uma vez, sua promessa de democratizar os meios de comunicação. O ato era dirigido aos professores. Na educação, ele disse que pensa em federalizar o ensino médio, hoje de responsabilidade dos estados.
— Eles abriram minha casa, meu instituto, com máquinas fotográficas e não acharam nada. Essa gente está acostumada com político que tem medo. Que a cada denuncia enfiam o rabo entre as pernas. Mas eu quero que eles saibam que eu perdi o respeito por eles, pela quantidade de mentiras — disse Lula.
O ex-presidente discursou após nomes como os ex-ministros da pasta Fernando Haddad e Renato Janine Ribeiro. Além do discurso costumeiro em defesa da Educação como prioridade para o desenvolvimento nacional soberano; Lula falou indiretamente sobre as acusações que caem sobre ele; no âmbito da Operação Lava Jato.
— Nasci pobre e fui criado por uma mãe analfabeta que me ensinou a ter caráter. E caráter não se compra, a gente tem. Não vou assistir quieto eles destruírem o que construí ao longo dos meus 72 anos (...) Vocês se preparem para enfrentar essa batalha — disse.
Previdência
Lula enfatizou em seu discurso a questão da soberania nacional que, de acordo com ele, vem sofrendo baixas com a gestão de Michel Temer (PMDB).
— Esse país tem que ser soberano, tem que ser importante. Veja a desfaçatez deste povo do FMI, do Banco Mundial. Passaram pela crise do subprime, pela quebra do Lehmann Brothers — afirmou, em referência ao crash do mercado de capitais fictícios em 2008.
Lula ainda criticou o argumento do governo de que existe um déficit na Previdência que faz necessário uma reforma que dificulta o acesso da população à aposentadoria.
— Eles atacam a Previdência, mas quero que saibam que no meu governo o salário subiu todo ano acima da inflação. O salário mínimo aumentou 74% e a Previdência nunca foi deficitária — concluiu.