Líder nas pesquisas de opinião, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva avalia provável governo de Maia, com a queda de Temer.
Por Redação - de Brasília e São Paulo
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em linha com a reportagem do Correio do Brasil, na véspera, também antevê mudanças na condução do golpe de Estado, deflagrado contra a presidenta Dilma Rousseff, em Maio do ano passado. Segundo o líder petista, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), já está se preparando para ser o próximo presidente da República.
— Certamente o Rodrigo Maia já está se preparando para ser o próximo presidente da República. Não podemos esquecer que golpista é golpista — disse, em público, na noite passada.
Durante a posse da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) na Presidência do Diretório Nacional da legenda, na noite passada, Lula pediu para a militância e a direção do PT ficarem atentos quanto aos motivos de as Organizações Globo defenderem a queda de Michel Temer.
— Vejo muita gente entusiasmada que o Temer não dura uma semana. Ninguém quer mais a saída dele do que nós, mas não pelos motivos da Globo. Nós queremos diretas. A Globo não quer tirar o Temer por causa disso — disse.
Frente ampla
Para o ex-presidente petista, Maia não é melhor que Temer. Ao contrário:
— Golpista é golpista — repetiu.
Ao lado do senador Roberto Requião (PMDB-PR), presidente da Frente Ampla Parlamentar, Lula reafirmou a necessidade de ser criada uma comissão da soberania nacional.
— Nós estamos brigando no varejo e eles, no atacado. Precisamos refletir sobre que país eles querem deixar depois do desmonte que eles estão fazendo — disse Lula.
Gafes de sobra
Diante da vergonha que fez o país passar, durante sua última viagem internacional, Temer segue para mais um festival de gafes, na Alemanha. Na Noruega, semana passada, a primeira-ministra Erna Solberg repreendeu o mandatário nacional por sua condução equivocada das questões ambientais. Desconcertado, chegou a chamar o monarca norueguês de "rei da Suécia”. Na Rússia, pensou estar ainda na União Soviética. E repetiu o erro por mais duas vezes.
Agora, depois de avisar que não teria espaço na agenda para comparecer ao encontro das 20 nações economicamente mais relevantes do planeta, volta atrás. E resolve viajar. A decisão foi uma saia justa para os líderes presentes ao encontro, que não disfarçam o mal estar com a presença dele.
Longe de todas as reuniões relevantes do grupo, Temer comparecerá apenas às solenidades e coquetéis em Hamburgo, na Alemanha. Ao saber que Temer havia cedido à pressão de seus assessores e voltado atrás, a chanceler alemã, Angela Merkel, apressou-se em cancelar o jantar antes previsto com o colega brasileiro. A diplomacia alemã justificou o cancelamento. Em nota ao Itamaraty, afirmou que a presença de Temer não era mais prevista no encontro do G20.