O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, defendeu esta terça-feira um sistema internacional pluralista contrário aos monopólios de poder, durante seu discurso no jantar de gala oferecido em sua homenagem pelos reis da Espanha, Juan Carlos e Sofía, no Palácio Real.
Depois de afirmar que os laços entre Brasil e Espanha "superam os limites de uma relação estritamente bilateral", o presidente brasileiro declarou que a influência de cada país em sua região deve servir para "fortalecer o multilateralismo e as iniciativas para a paz, o desenvolvimento e para um mundo mais justo e democrático".
- Nossos vínculos regionais nos aproximam e favorecem uma articulação estreita de valores e interesses enfocados na construção de um sistema internacional pluralista e contrário aos monopólios de poder, de riqueza ou de conhecimento - afirmou Lula, segundo uma cópia de seu discurso recebida pela AFP.
- É firme propósito de meu governo responder às legítimas aspirações sociais do povo brasileiro, que deseja melhores condições de vida - acrescentou Lula.
- Por esse motivo, a ação diplomática do Brasil se guia por uma forte noção humanista e serve de instrumento de defesa dos valores universais, do desenvolvimento nacional e da inclusão social.
- A política externa de meu governo levará nosso projeto nacional a um diálogo aberto e democrático com as demais nações do planeta - afirmou Lula, no primeiro dia de sua visita de Estado a Espanha.
Depois de expressar sua "grande satisfação", e de sua esposa Marisa Letícia da Silva, por estar em Madri a convite dos reis espanhóis, Lula destacou o "exemplo de sabedoria do povo espanhol para conduzir pacificamente seu sistema político ao reencontro da democracia".
- Esta Espanha moderna, democrática e próspera acreditou no Brasil e se transformou no principal investidor europeu em nosso país, o que contribuiu para a aproximação das duas nações.
O Chefe de Estado brasileiro lembrou que sua visita a este país europeu coincide com o 25º aniversário da Constituição da Espanha e pediu que a mesma seja o "prelúdio de uma renovada aliança entre nossos povos".