O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende concluir até segunda-feira as consultas individuais sobre a reforma ministerial a ser anunciada na próxima semana.
Lula já decidiu o afastamento de seis ministros e de pelo menos dois petistas que presidem empresas estatais, além de ter reafirmado a saída do presidente do Banco Central, asseguraram fontes do governo, do PT e do PMDB.
Lula confirmou uma indicação do PMDB (o atual presidente da Eletrobrás, Silas Rondeau, para Minas e Energia), analisa outras três e cogita trazer para o ministério um nome sem filiação partidária e de grande visibilidade social.
A pelo menos dois colaboradores muito próximos, que pediram a Reuters para não ser identificados, Lula manifestou esta semana o desejo de ter o médico Dráusio Varela no Ministério da Saúde, sem esclarecer se já teria feito movimentos nessa direção.
A saída do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, foi reafirmada por Lula nas consultas da sexta-feira, mas o presidente não confirmou que o substituto será o secretário-executivo da Fazenda, Murilo Portugal, apesar da insistência com que auxiliares e outros interlocutores apontam seu nome. O substituto de Meirelles pode sair da própria diretoria do BC.
QUEM VAI SAIR
Já foram informados que deixam a equipe os ministros Humberto Costa (Saúde), Romero Jucá (Previdência), Ricardo Berzoini (Trabalho), Eunício Oliveira (Comunicações) e José Fritsch (Pesca), além do interino de Minas e Energia, Maurício Tolmasquim.
Lula ainda não definiu a situação de Olívio Dutra (Cidades) e do vice-presidente José Alencar no Ministério da Defesa. Olívio manifestou ao presidente que deseja permanecer no governo, mas pode ser convidado a sair agora para disputar o governo do Rio Grande do Sul, dentro do critério geral para os ministros candidatos.
O vice José Alencar tem a alternativa de disputar o governo de Minas e quer, por iniciativa própria, antecipar a saída do Ministério da Defesa. Seja para disputar em Minas ou para compor novamente a chapa presidencial com Lula, a legislação obrigará o vice a deixar de acumular o posto de ministro em abril.
PRESIDENTES DE ESTATAIS
Ao longo da semana Lula consultou quatro petistas presidentes de estatais sobre seus projetos políticos. Geraldo Magela (Banco Popular do Brasil) disputará o governo do Distrito Federal e Carlos Wilson (Infraero), uma vaga na Câmara. Ambos devem sair.
Jorge Samek informou que não disputará as eleições no Paraná e deve permanecer na presidência da Itaipu Binacional. O presidente da Petrobras, José Eduardo Dutra, desiste das eleições em Sergipe se o presidente confirmá-lo no cargo.
O ex-deputado Aluizio Vasconcelos (PMDB-MG), diretor da Eletrobrás, também abrirá mão de disputar eleições caso seja confirmada sua indicação pelo partido para substituir Silas Rondeau na presidência da estatal.
PMDB PODE TROCAR SAÚDE POR CIDADES
O PMDB reivindicou ao presidente dois ministérios para indicação dos deputados e dois para os senadores, deixando a Lula poucas alternativas quanto aos cargos. No encontro que tiveram na sexta com Lula no Planalto, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o ex-presidente José Sarney (PMDB-AP), transmitiram as indicações das bancadas e analisaram diferentes combinações e alternativas, narrou um dirigente do partido.
A cota dos senadores seria preenchida com as nomeações de Silas Rondeau (já estabelecida) e do senador Helio Costa (MG). O PMDB da Câmara indicou o deputado Saraiva Felipe (MG) e o ex-deputado Paulo Lustosa (CE), atual secretário-executivo do Ministério das Comunicações.
A consulta não foi decisiva para fixar Saraiva Felipe no Ministério da Saúde (sua especialidade), pois há resistências de natureza política, por parte do PT, a entregar ao PMDB a vaga aberta com a demissão de Humberto Costa.
Prevalecendo essa resistência (ou se Lula conseguir trazer Dráusio Varela), a bancada peemedebista na Câmara indicará um nome, que pode ser o do p